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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Poema da Necessidade de Calmaria

Estilhaçar minhas janelas
Quebrar a coluna cervical da casa
Cegar as portas
Por fogo em espelhos

Torcer o banheiro
Esfaquear os sofás
Esmagar o jardim
Demolir minha construção

Abalroar as paredes
Pintá-las de sujo
Povoar de jacarés
Alimentá-los
Devorá-los

Metamorfosear em um jacaré
Viver de amor com Clara Crocodilo
Ser amigos dos ratos
Detestar seus sapatos e os barris de petróleo

Em seguida,
Morrer o jacaré.

Viver como bactéria
Entrar em esporo
Viver a minha casa

Voltar a ser casa
E dormir no casco de tartaruga.