terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Desejos

Fui viajar pra uma cidade do interior e fiquei com minha família num hotel fazenda. Tirolesa, arvorismo, cachoeiras, gente falando "porrta" etc.
Senti aquela coisa de sempre, Uma dor absurda no peito. Parece facada... ou melhor: uma gota pesada que se segura no corpo e não cai. Fica lá, se enchendo, engradecendo, doendo. Conforme se expande, o humor fica azul, as bordas da visão ficam azuis. Tudo fica triste, pesado, solitário.
Solitário... Ontem, enquanto pensava sobre tudo que está em meu alance, concluí que não tenho lar. Casa, sim. Família, sim. Mas lar... não. O lugar tranquilo pra se acalmar não existe. A cabeça do urubu é um inferno.
Uma vez li (e ri) que onde o Mr. Catra toca, vira filho. Onde eu toco, vira conflito. Tudo é margem pra conflito. Impossível aceitar calmamente "as coisas como elas são".
É a solidão que não aguento mais, esta falta de lar, falta de descanso. Sentia estas coisas lá no hotel fazenda, com o mal de não chorar, porque não dá vontade de chorar. Dá vontade de... me matar, porque não parece haver solução...
... embora eu sei qual é. São várias, na realidade. O Tempo, tempo rei, é um deles. Dar tempo ao tempo, ser menos ansioso, perceber que a dor passa e o meu futuro, grandioso e esperado futuro, virá. Bastá eu trabalhar com calma e afinco para que eu realize meus objetivos. Outra solução é o pensar positivo (pasmem!).
Claro que sempre fui o cara que odeia auto-ajuda, odeia as frases de efeito e os discursos motivacionais. Até o dia (lá no hotel fazenda) que eu estourei os limites. No me soporto más. El pesimismo me mata.
Chegou uma hora que o glamour de ser irônico e ver o lado desgraçado das coisas perdeu a graça... Nunca ver o lado positivo das coisas me fez tão bem, acredite. E aprendi algo tão interessante: quanto maior a tragédia, mais espiritual será o "lado bom". Espiritual; uso esta palavra porque o que é retirado de forma positiva é tão grandioso e sábio, que me parece algo espiritual. Não tô afim de citar o que é trágico pra dar exemplos desta espiritualidade. Por favor, faça isto você.
A cabeça fica mais calma quando olho pro lado bom, Isto é de grande ajuda quando esto dentro de mais um conflito.
Outra "solução" é a diversão e sinceridade. A primeira porque eu realmente necessito e de maneira urgente e pra ontem, rir. Rir, por favor militância, me deixa rir. Tá tudo muito azedo pra eu me policiar mais ainda do que o normal. Já a sinceridade... ela vem da aceitação.
Sendo sincero... eu quero fugir da política. Me deixa em paz, movimentos sociais. Eu não aguento mais tanta gente berrando. tanta mordacidade, tanto palavrão, tanto ódio. Por favor, me deixem de fora desta. Comunicação Não-Violenta... até com você eu tenho conflitos. Vou me afastar de você, ok? E há as pessoas que eu admiro - na realidade, eu sinto ódio por tudo que fazem.
Isto demanda mais explicações... entretanto, quero resumir. Há pessoas que agem de determinada maneira. Eu acho lindo e penso que este é o ideal. Eu, não sendo o ideal, ou odeio eles (a tal da inveja) ou me odeio (a tal da auto-estima baixa/auto-destruição).
Por favor, saiam da minha vida, saiam todos.
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Tá, pausa, porque uma coisa maluca aconteceu agora mesmo. De repente me levantei pra pegar comida, fazer meu prato. Daí comecei a pensar sobre as coisas que acabei de escrever e subiu em mim uma raiva e uma tristeza muito grande pelas coisas acima citadas (solidão, raiva de muita gente, conflitos com a Comunicação Não-Violenta, militância).
E veio com tanta intensidade, que passou todo o sentimento de tristeza e incompatibilidade. Vomitei emocionalmente a dor, e ela passou. Assim mesmo, num passe de mágica. Daí, passei a gostar da CNV, da militância e das pessoas que eu odiara.
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Como um corpo podem funcionar desta maneira?
Isto me lembra uma vez que eu tava com meu amigo, em uma casa lá do interior. Conversávamos, mas eu não me sentia nem um pouco bem. A culpa corroía meu estômago (havia beijado outra pessoa enquanto me relacionava monogamicamente com outra). Então eu parei, segurei a cabeça pra dentro do corpo e fechei os olhos. Sentia muita culpa, era horrível, queria me jogar de um princípio. Ela esmagava os ossos de tanta dor. Jesus, foi horrível.
E então... passou! Assim mesmo, em questão de segundos. Meu amigo olhou pra mim: "Passou? Como assim?". Não pude responder. Foi isso, passou a culpa, eu estava bem.
Mais ou menos isto que aconteceu agora.
Eu sei que a culpa passa quando a gente aceita o outro lado nosso. Provavelmente foi isto que aconteceu agora: aceitei magicamente muita coisa em mim. Bizarro.
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O texto falava sobre as soluções para o sofrimento. Acabei de entender outra importantíssima: expressão artística.
Segredo: adoro fazer coreografias no banheiro. Fico inventando um monte. Em cima de músicas do Michael Jackson, do Avenged Sevenfold, Ritmo Ragatanga, etc. Me sinto tão bem depois de ficar quase duas horas dançando loucamente...
E por que o texto se chama "desejos"?
Oras, porque é bom desejar coisas, não? Todo mundo faz isto. Esta frase não é um bom argumento, mas mostra como há em nós a vontade de que coisas boas aconteçam. Sendo assim, fiz uma brincadeira comigo mesmo.
Imaginei que encontrei uma lâmpada mágica. A esfreguei, e de lá, surgiu um gênio. Três pedidos, etc.
Aqui está a graça do negócio: deve-se responder o que quer, entretanto, não busque a coisa em si, mas a coisa mais ampla por trás dela. E também diga o seu desejo de maneira prática.
"Quero paz mundial", isto é pouco prático. Seja prático e mais específico.
"Quero que as pessoas tolerem umas as outras". Pouco claro.
"Quero que todos tenham o direito de fazer o que querem". Pouco claro, ser!
"Desejo eu mesmo aprender a conviver com as diferenças e buscar modos de abrir canais de comunicação entre as pessoas, com o auxílio da filosofia/biologia/sociologia/arte/sei lá o que". Aí sim! Este é o ponto. Tem que ser claro, específico e prático.
Os meus três desejos foram estes:
1 - Amar eroticamente muita gente, beijar demais, fazer sexo toda hora, recitar poesias românticas, me apaixonar. Fazer carinho demais.
2 - Me expressar com a dança e a música. Tô louco pra aprender dança do ventre. E aprender a dançar rockabilly direito. Fazer música, me apresentar em palcos, ficar nu enquanto canto e me lambuzo com a lua. Eita.
3 - Tranquilidade, tempo e amizade. Sei que parecem coisas diferentes, mas tá tudo junto. Tranquilidade pra tomar decisões, tempo pra fazer o que quero com tranquilidade, e amigos pra ficar tranquilo. Também tempo pra ficar com meus amigos, e amigos para ajudar a tomar decisões.
2016 e hoje seja com mais estas coisas que... me fazem querer viver.
Tchau.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Σιγά σιγά (sigá sigá).

Meu nome é Cláudio. Trabalho nesta empresa há 23 anos, e desisti da vida solar. O sol, seja Hélio ou nitrogênio, seja magnífico ou apenas mais uma estrela fria dentro de outras coisas frias no universo, estourou as bolhas de minha paciência. Por este claríssimo e simples motivo, abandonei minha vida amarela em face deste gigante ardente.
A empresa se chama Persona, e seu negócio são os cosméticos, os quais se responsabilizam a enfeitiçar olhares desta minha gente. Tal feitiçaria é às vezes um mistério, porquanto não se sabe o motivo do maquilamento, se é para arredondar, purificar e expressar a lágrima, ou se gira em torno de esconder a própria vacuidade.
Infelizmente, o segundo motivo é mais presente nas esteiras do cotidiano. Por isso, abandonando a vida solar e como contravenção, decidi descer enquanto os outros sobem, para ir em direção à tranquilidade.
Repito: desisti da vida solar. Queimaduras na pele, irritações constantes, palavras e passarinhos. Quero matar os passarinhos, calar as vozes, deslizar nos braços de algum amor quieto. Não posso beliscar paixão alguma se minha cabeça não estiver dedilhando o silêncio.
Instrumento querido, fala sem abrir a boca, canta sem mover os lábios. E vamos convivendo assim, eu, ele, e a lua.
O sol, pelo contrário, me empurra. "Anda, troça! Vai, que o tempo, enquanto o digo, já foi. E irá minguar-se a cada palavra nova! Labuta, ser!". Ah... A situação é simples. Pessoas querem ir para cima, sardinhas para o meio, e o sol, alimentar o câncer em mim.
Agora olha a lua... Olha o silêncio... Olha, olha a calma. Observa as águas do Pacífico. A lua nada quer, e nada pode querer, onde jaz aqui sua preciosidade: mover-se pelo vento. Não irradia por si só, como o sol, este senhor intrometido, Vossa Excelência do pé de ouro, que fede à altivez. A água é cheia por si só; o sol, cheio de si. São contrariedades tais que encantam a lentidão de quem não quer ser empurrado, nem quer brilhar, nem correr. Sigá sigá, pouco a pouco, lentidão que esqueci, ao obcecar-me pelo brilho do rei. Hoje, vejo que isto é balela: quem se encanta com o brilho dos outros, esqueceu do seu.
Pois então, resplandeço sim, só que no tempo que o tempo tem. E qual o tempo que o tempo tem? Ora, o tempo tem o tempo que o tempo tem! Tempo para dar e vender. Tempo que faz germinar. Já diria algum sábio: não berre com a planta, ela não te obedece.
E assim desfaço as queimaduras, aguardando no choro e na alegria, tudo que a lua e a água me oferecem: descanso para o choro e, finalmente, descanso para a alegria.


sábado, 19 de dezembro de 2015

Suicídio!

Não escreveria aqui caso, mais uma vez - e agora acho que isto ocorrerá pra sempre - não tivesse retornado pra moradia da auto-destruição, o pedaço de caos e contravenção residente em mim. Não posso desvencilhar-me da grandíssima maldade que existe no ser humano. Coloco no ser humano a maldade porque tenho dificuldade em crer que somente em mim, somente eu sou o porta-voz da truculência. Ou sou lúcido demais, e os outros não, ou realmente preciso me matar, porque coisa assim não se cura.
O mal... não atribuo casos de maldade. Não posso exemplificá-lo, visto uma certa relatividade presente nos valores. Matar é bom e é mau, roubar é bom e é mau, por aí vai. Mas posso investigar propriedades e mesmo sua definição, ainda que rasa em certo sentido. O defino como “aquilo que escondemos em função de ser o ideal”. Observe como isto é, de novo, relativo. O Mal aqui é matar, caso se preze a sobrevivência humana. É o machismo, pra quem cansou do patriarcado. E é simplesmente a vadiagem pra quem se compromete a estudar. O mal nos acompanha porque sempre iremos findar algo; enquanto findarmos esta coisa - que está acompanhada de um estilo/conduta de vida, haverá seu contrário diabólico. 
E uma propriedade do mal? Bom, em mim, é a destruição. Somente isto. Destruímos a égide da virtude quando a corrompemos, e logo nos vemos à beira do suicídio - especialmente quando não há saída. 
O suicídio, afinal, me parece isto: uma aporia. Aporia vem do grego  
απορία, que é, basicamente, beco sem saída. O caminho é o erro, a respiração é o erro, o andar é o erro, estar parado é o erro. Exaustos, exauridos, decidimos nos matar porquanto é esta a única solução. 
Assim, assimilo que caos/mal e suicídio estão de mãos dadas. A cobrança para nos aceitarmos gera o intenso sofrimento de tudo, qualquer tempo e espaço, de estarmos cercado de falhas, feiuras, fracassos. O contrário do ideal é o diabo, e o intenso contato diário com ele dá consequência ao obvio, que é pular da janela.
 Por isso se aceitar é a única saída para o mal, já que vivendo o bem e o mal - aquilo que achamos mais ético e não somos junto daquilo que egoisticamente desejamos ser, respectivamente - paradoxalmente anularemos os dois. Bem vindo ao mundo da contradição, ao mundo das possibilidades. Em excesso, tornar-se o moralmente/eticamente correto faz com que fomentemos a luz, e quanto maior a luz, maior a sombra. O diabo grita com a atenção à deus. E apaixonar-se pelo diabo faz deus sofrer. Enquanto bem e mal brigarem, pra sempre existirão. A solução é dissolvê-los na complexidade paradoxal, que só ocorre com a auto-aceitação.
Vou explicar melhor este último parágrafo. Vejo uma intensa busca do ser humano no campo da ética que se dá no ajustar-se ao que considera eticamente desejável. Caminhamos em busca desta realização, que age como um crivo tanto em nós como nos outros, afinal, aquele que não corresponde ao seu ideal ético (o desejar ser), é visto com desprezo. Racismo é intolerável. O sujeito racista é então, também intolerável. Para com nós, o mecanismo funciona de maneira idêntica: enquanto não pudermos ser o que consideramos ético, nos boicotaremos. Falo de tudo, não sou diletante. O machismo te empurra pra diversas direções, e enquanto não segui-las, haverá culpa e auto-destruição. Nesta briga intensa entre ser o que não é - e supostamente deveria - separo as forças que a compõe. Deus é o ideal, o diabo, seu contrário. Assim, mediados pelo exercício da punição e da sanção, todo nós nos esforçamos a ser deus. A estudar, a ser santa, a ser produtivo, a ser resguardada, a cuidar da casa e ter um carro rico. O diabo onde está? Na vadiagem, na concupiscência, no ócio, na expressão, na trabalho fora de casa e no carro feio, tudo isto respectivamente. 
Tanto faz se deus ou diabo é bom ou mau; refiro-me ao ideal e ao não ideal. 
Bom, o componente do suicídio entra em cena quando estamos em um beco sem saída, sendo vigiados por deus e sua patrulha angelical. A pressão social é tamanha, a pressão interna é gigantesca, tudo berra e pune. Quando não há mais movimento possível, o suicídio é o que resta. E para fugir deste labirinto, creio na dissolução do bem e do mal como saída. Aceitar-nos inteiramente, de forma não unilateral e completa. 
Enquanto deus e diabo brigarem, pra sempre existirão. Só na transformação destas duas coisas e uma só é que dissolverá o conflito. E creio, estaremos livres do suicídio.
Agora, e pra nos aceitarmos? Infelizmente não acredito que minha resposta possa ser a sua. Mas posso tentar supor algo. 
Deus e diabo brigam; aceitando a existência e razão de ser dos dois, o conflito some. Somente investigando profundamente - e deixando ser - os dois, é que os ânimos dentro da mente se acalmarão. Ninguém, quando calado, se silencia. As vozes em nossa mente e suas reivindicações também não. Portanto, administrar a devida carência dos nossos “objetivos éticos” faz com que elas fiquem mais em paz, seguras de que recebem a atenção necessária. Me parece assim, um jogo de força, e a vitória de um, é a derrota da outro. Se você usou o final de semana pra estudar, atingiu o tal do objetivo ético. Mas se todos os dias e a contra-gosto o fizer, alguém vai berrar nesta história. Deixando de escutar os gritos de atenção, teremos o que basicamente existe hoje: gente de 18, 19, 20 anos tomando remédio contra ansiedade, depressão e o que mais o corpo chorar. 
Não fujo da regra; tenho seis vozes dentro de mim. Cada uma aspira a algo: usar a ciência como explicação de tudo, “ser homem”, participar de movimentos sociais, ser caloroso e ultra-feliz, não ser egoísta, ter modos requintados e diferentes da turba. E pra cada uma destas vozes, há uma antítese. O lado da ciência briga com o lado da fé; o feminismo briga com o “ser homem”; os movimentos sociais brigam com minha vontade de não sair de casa (também com o BDSM e os momentos onde escapa uma risada minha sobre uma piada de cunho heteronormativo); o ser caloroso reclama do meu pessimismo, introversão e misantropia; o não ser egoísta reclama da minha vontade de chamar atenção, ser especial pra alguém e pra mim. 
Podem observar a briga na minha cabeça. Quem vence? Deus, o ideal. E assim, cansado de brigar com ele, admitindo minha derrota e o fato de eu estar sempre errado, admiro o suicídio como saída. Mais: não é à toa que gosto da figura do diabo. É porque detesto deus dentro de mim.
Tomei algumas decisões na minha vida, e uma delas é contemplar o Tempo, com letra maiúscula e de grande significado: deixar as coisas acontecerem, deixar que o coração fale mais alto do que o normal, assim como aceitar as contradições. Amo filosofia, e amo astrologia  Penso que nenhuma deidade existe, mas faço magia. Enfim.
Este é o caminho da auto-aceitação, penso eu. Um eterno olhar para tudo que existe, e dialogar com todas as partes que brigam entre si. O machismo em mim, e o pró-feminismo em mim. A ciência e a fé. A misantropia e a filantropia. Deixar sentir...
Bom, espero que alguém leia este texto, e dele surjam bons sentimentos, boas ideias, mais alívio e tranquilidade. Suicídio é... é algo que fujo e amo. Enquanto puder explicar racionalmente tudo que vivo, e pessoas entenderem e se aproveitarem da melhor forma meus escritos e pensamentos, me sentirei feliz. Afinal, me vejo útil desta maneira: expressando-me num foro mais psicológico/filosófico, ainda que dialogando com o cultural. Exercito minha excelência assim: prestando esclarecimento a certa vivências que em geral não são postas em termos filosóficos (em busca da essência das coisas). 
É isto.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Medo... E sol.

Tenho medo de dormir sozinho... Não gosto do escuro, e nem de não ser abraçado. Odeio a solidão...
Estar sozinho é uma de-lí-cia, mas a solidão... não tenho nem vontade de chorar, os olhos somem. Fico de frente aos monstros que, por mais que eu os odeie e tente me impor, me atacam de repente, com o mesmo olhar maníaco, Frenéticos. Impacientes.
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Sol! Ilumina logo de uma vez o sono das feras aqui de dentro. Entra sem pedir licença, e invade a sala, o sofá, a mesa, o tapete, o café, meu coração. Tempo! Deixa eu abrir a janela e ver a neve derreter, virando lágrimas de um novo tempo tão aguardado!
Espaço, expira! Expira e alarga, para os lados, para os cantos, para cima e para dentro. Enche e esvazia as coisas! 
Deus, exista, e manda pro lado de cá os sonhos, os gnomos, as ondinas, as fadas e tudo que o lado de lá detesta! Enche os cômodos de alma, me faz ser alma. Deixai de lado a pele serpentina, já carcomida e mal passada. 
Liberta o sonho, liberta o sentimento, liberta as emoções, liberta a magia, liberta o ocultismo, liberta a contradição, liberta de mundo os mundos fechados.
Sol! Clarifica os olhos castanhos já não mais vermelhos de irritação! Me dá o sorriso, me dá o ânimo, me dá a o belo! Enche a casa de beleza, faz de mim alguém que possa ver o que é bom. Me faz dançar, me faz leonino! Que eu ruja alto, e grite pra fora, porque só assim que se vive.

SOFRÊNCIA (Ou "Oh, Mundo cruel").

TÁ. VOLTEI. ALUCINADO, ENÉRGICO E SOFRENDO.
Vou derramar minha lágrimas: ai meu Deus, você, que é tãaaaao, assim... sexy e bela, com cabelões que sonho em vê-los esparramados pelo colchão, e eu conversando e pensando em como você diabos poderia por um instantinho, só rapidinho - "pera aew condutor, para que eu quero descer rapidão" - me beijar desgraçadamente e me apertar e eu ser uma flor-tubarão, enrascando minhas pernas em volta de seu corpo AHHHHHHHHHHHHH, FUCKING DELICIOUS. Aí eu mordo seus lábios, lambo seus peitos feito selvagem - bah, que doçura o quê. Estes poetas estão malucos dizendo coisas como "gosto de manga"; "gosto doce". Meu filho, seus peitos têm gosto de PELE, tem gosto de PEITO, tem gosto de AROMA DE BABA. E assim, deste jeito, eu enfiaria a língua no teu clitóris, encharcando a boca na tua boceta molhada, raspando o pelo nos meus lábios. Aí eu agarraria seus ombros, apertaria o corpo, te envolveria por completo e meteria com força raiva força e raiva força raiva e força. Nossa, daria TUDO pra ver seu cabelo descabelado, seu rosto cheio de prazer e a boca aberta de tanto grito. Imagina só, dentro da sua boceta um mar de prazeres. EU. QUERO. FODER.VOCÊ. Claro, agora? NÃO? Jesus, eu sou um péssimo comunicador, então.
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EU QUERO CHORAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR. Eu quero atenção, só um pouquinho de carinho no corpo pra poder passear num campo florido com vocêeeee. E cantar assim "iiiiileeelaiêeee". Cacete, vamos nos ver, se abraçar, FALA COMIGO, DEIXA EU TE DAR UMA FLOR - eu sei que você não gosta porque é forte, independente e rejeita coisas, ui, macias - MAS DEIXA POR FAVOR EU DEMONSTRAR MEU AMOR COM UMA FLORR. Eu disse FLOR, e não uma FUCKING SEMENTE.
Me dá atenção, por favorrr, diz que me ama e que quer me tocar. Deixa estas chatices de lado e vamos ser felizes logo em qualquer lugar. Imagina só, a gente viajando. Minha cabeça no seu ombro, aí a sua cabeça no meu ombro. Nossa, e seus olhos verdes-castanhos meio mutantes-de-outro-planeta! Aí a gente dorme de conchinhaaaaaa, e eu digo "te amo pra cacete, vamos viver juntossssss". Eu disse "TE AMO", não "Oh, que apreço sinto por belíssima pessoa. Nosso amor é Philia! Amor eterno e independente."
NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOO
Eu quero falar "TE AMO. TE A-MO. E foda-se a independência, vamos viver juntosssss".
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AMOOOOOOOOOOOOOOOOOR DA MINHA VIDAAAAAAAAAA
ÉÉÉÉÉÉÉ O AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOR
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Eu quero atenção das pessoas que amo. Quero carinho. ME TOQUEM. ME ABRACEM. ME BEIJEM. E façam isto em público! Eu A-MO mostrar as relações, o amor, o carinho pra todas as pessoas. Eu quero amoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooor.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Resumo das Coisas

Oi, voltei.

A questão é a seguinte: dividi minha vida. Sistematicamente, a dividi.
Primeiro postulei a existência de algo que está em mim e que por simplesmente existir, me garante a saciedade de viver. Chamei este algo de "A Fonte", porque a imagem que vem a cabeça quando a sinto é exatamente a de uma cachoeira densa e alegre, provedora das coisas do mundo. A Fonte é a coisa que, quando me conecto, torno-me o absoluto nada - e nem é no sentido metafórico. De fato, junto da Fonte, deixo de pensar e deixo de sentir. Viro um nada, absoluto nada.
E aí, neste estado de integração (uso esta palavra porque a sensação é justamente esta. O Marcos vira o nada, e se dissolve no nada), minha personalidade some. Estou saciado e não há próximo passo.
Entretanto, não posso esquecer que sou o Marcos. Aliás, não me parece possível esquecer disto. Eu sou indivíduo, tenho preferências, gostos e um passado particular. E sendo um indivíduo que a todo momento está nesta dança cósmica, sempre me faltará algo. Haverá espaços a serem preenchidos, necessidades não atendidas e uma sede por atingir objetivos.
Nos últimos textos, declarei guerra a este sede por atingir objetivos. Mais corretamente, desisti dos sonhos. Meus argumentos foram dois:
a) Quando vivemos centrados em uma ideia de satisfação que só se realizaria futuramente, nos perdemos de nós. A alienação ocorre porque tomamos como referência de felicidade algo que não está no presente, mas no fim de uma série de atitudes. E é assim que nos fizeram: me programaram pra estudar para passar de ano. Isto ocorreu dezoito vezes (ou seja, foram dezoito anos vivendo para o futuro). Em seguida, configuram minha vida inteira para passar no vestibular. E agora aqui na faculdade, minha meta é ter um emprego. E depois é viver para casar, viver para ter uma casa, viver para ter filhos e finalmente me aposentar. E aí, aos 60 anos, serei feliz, finalmente.
Percebem o veneno desta história? Viver sempre para algo que se concretizará (possivelmente) no futuro nos torna cegos a ponto de não ver que a situação ideal, a felicidade real, advinda das coisas simples e básicas, acontece nada mais e nada menos, do que agora.
Gostaria de parecer menos piegas com esta frase. Então direi com força e desta maneira: você, que está lendo agora, e que está nesta situação de vida, já é bem-sucedido. Por favor, esqueça a venda de um futuro, pois o futuro nunca chega.
E se chegou? E se realmente você passou de ano na escola, entrou na universidade, arranjou um emprego, casou, está morando numa casa maravilhosa e está criando seus filhos; e aí, o futuro chegou?
Aí que entra meu segundo argumento (e meu maior medo, sinceramente):

b) Você vê que sua vida foi uma piada, e um tanto quanto perigosa. Inúmeros são os casos de mulheres que tiveram filhos, e o parto foi horroroso - diferente da ideia de que a felicidade logo ali surgiria. Histórias de mulheres que resolveram perder a virgindade apenas no casamento, e não viram a luz divina descer do céu. Eu, que entrei na universidade e a alegria não está estampada no meu rosto. Você, quando entrou no colegial e não viu o jardim de Éden. Meu primeiro beijo, nada supremo. Minha virgindade perdida, um misto de prazer e horror. Pois é. O futuro chega, e não há nada mais solitário do que isto. Parabéns: você conseguiu. E agora?

Quis fugir destas duas coisas. Fugir dos sonhos, abismos onde inevitavelmente cairemos caso nos guiemos em sua direção. O sonho é um oásis que não se sustenta; buraco profundo e difícil de sair. O veneno da humanidade se chama utopia.
Bom. No início do texto, disse que dividi minha vida. Primeiro falei do estado de existência onde me conecto com A Fonte. E depois, eu disse que, longe dela, me torno indivíduo, que é um mar de insatisfações. E a insatisfação advém da falta de algo, onde entra a função dos sonhos: nos indicar que em algum lugar, há a eterna satisfação.
Apresentei os dois argumentos que me fizeram declarar guerra contra os sonhos: porque vivemos somente para o futuro, perdendo o agora, e porque ele é uma grandessíssima mentira - coisa que percebemos ao o realizarmos.
A questão que restou foi a seguinte: ora bolas, se os sonhos mentem, e minha intenção é viver somente do agora, como orientar pragmaticamente minhas atitudes? Afinal, todas elas estão voltadas para algum objetivo: estudo para ir bem na prova, saio com alguém para fazer alguma coisa, durmo para acordar bem no dia seguinte; enfim. Se meu objetivo é destruir os sonhos/utopias/objetivos, como orientar minha vida do dia a dia?
Daí me veio a solução. Devo exercer cada atitude segundo um fim que é ele mesmo. Viver como um fim, e não como um meio.
Por isto dividi minha vida. Enquanto indivíduo, me oriento segundo tudo aquilo que é essencial para mim. Tudo, absolutamente TUDO, está em função destas atividades essenciais, que por si só, já bastam. O resto, eu digo: é consequência.
E como está divida minha vida enquanto indivíduo? (Credo, que frase horrorosa). Está assim:

 Júpiter, Zeus.


Acima de tudo, o que envolve tudo, é Júpiter. Penso em acrescentar outros símbolos, mas por enquanto, este está bom.
É o equilíbrio das forças dentro de mim, o órgão que regula o movimento de minhas pulsões. Feita de contrárias, estão em conflito em todo momento. Faz-se necessário, então, a correta condução das forças que se interpõem, para que não haja tirania dentro do meu corpo. Mas a justiça não se impulsiona sozinha. Há algo que me faz querer me auto-regular, e este algo é... misterioso. Por que quero viver? Não sei. Só sei que quero viver porque sinto vontade, e não haveria tal sensação sem aquilo que chamo de conexão. A vontade de viver me acomete quando as coisas fluem, o rio flui, minha energia é bem direcionada e não há obstáculos. Sinceramente, é isto que me faz querer me auto-regular: uma vontade de fluir, a tal da conexão. Já escrevi sobre isto, basta clicar aqui.
Bom. A justiça age sobre tudo em mim. O equilíbrio me mantém vivo. E o que há para ser regulado?
Terra, no zodíaco.


A saúde. É, saúde. Saúde é coisa básica, é coisa necessária, e quero viver em função do óbvio. Viver para a saúde como um fim em si mesmo.
Destaco as atividades essenciais para me manter vivo: beber água, me alimentar (direito), descansar e dormir, ir ao banheiro e me exercitar. Tá aí, só as coisas necessárias que vivo para. O resto (estar saudável, não pegar doenças, ter corpo resistente) é consequência destes itens, se levados à sério.
O símbolo que usei é a Terra, o contato com o que é natural e físico - coisas referentes à minha natureza como espécie e ser vivo.
Creio que devo acrescentar aqui aspectos naturais da minha pessoa. Sabe, biologia, fisiologia, neurociência, psiquiatria? Não posso ignorar o fato de que existe ciência, e que problemas podem ser vistos sob a luz da química.




Imagem louca que achei. 


A segunda coisa regida por Júpiter é bagunça das teias enroladas que são todos os aspectos da minha personalidade. Júpiter equaliza a saúde e toda esta coisa emaranhada. Ao lado você vê todas as facetas de minha personalidade (que estão toda hora brigando entre si!).










          Afinal, o objetivo de Júpiter pra reger todas as coisas dentro de mim é um só: a música urbana. Aqui, ó. Não vou explicar de novo.
Mas é assim: não possuo objetivos exteriores (o sonho de fazer e estar em algum lugar). Creio que o lugar e o fazer são imagens sobre aquilo que realmente quero, e na realidade, só quero uma coisa: fazer o rio fluir. Ir em direção contrário à ele gera ansiedade, raiva, pânico, depressão, frustração e tudo de pior. Fazer o rio fluir é o tal do fim em si mesmo.
Acho que concluí minha aporia, que era como conciliar uma vida sem objetivos. A resolvi assim: terei objetivos, mas não serão nada do tipo um emprego, um lugar, um alguém diferente. Meus atos terão a função de deixar o rio fluir, e tudo está neste sentido. É um objetivo diferente, pois nunca será concluído de maneira única - sempre saímos da rota dele, nos perdemos nas futilidades, na dúvida e na inexperiência. E é ótimo, porque é o caminho da própria aceitação.
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Provavelmente irei rever tudo o que falei. Não está acabada esta ideia maluca de sistematizar minha vida.
E PS: se você fez ou sabe quem fez o desenho ali de cima, me avisa.




sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A Volta Daquela Coisa Horrível

De novo bateu o medo da loucura. Tenho muito medo disto: entrar na insanidade a-filosófica, utilizando termos meus para significá-los de acordo com coisas minhas, que em suma, são incompreensíveis à sociedade.
Todas as pessoas têm um pouco de loucura, eu sei. Mas a temo de forma patológica, porquanto minha mãe, meu tio e meu pai já entraram nesta onda psico patogênica, sabe? Pra ir pra depressão, pra psicose ou bipolaridade eu estou próximo, próximo...
Este medo requer maiores aprofundações, e uma análise mais completa da coisa. Mas como o tempo é curto (o laboratório vai fechar), vou resumir a história toda.
O que ocorre é o seguinte: tenho uma capacidade de auto-questionamento imenso. Não creio que todos as pessoas sejam assim, porque a) não nos ensinam a questionar a nós mesmos, e porque b) o sofrimento é visto como algo que passa.
Do meu lado, sempre, sempre! avaliei cautelosamente aspectos meus, beirando até questões do meta-pensamento (?), i.e., e se eu penso assim porque o pensamento funciona deste modo (como quando por exemplo, suponho a noção de causalidade. Será que realmente há causa para o que sinto? E se a causa é apenas um aspecto como a consciência interpreta dois ou mais eventos?). Outras vezes, pergunto-me se penso desta maneira por conta da linguagem - o diálogo interno é feito de uma ou duas pessoas? Você, quando fala sozinho, está se dirigindo a alguém; mas e se este alguém é você, são duas ou uma pessoa no total?
Além do mais, me esforço para ir até os confins: o quanto de mim é a sociedade, o quanto de mim sou eu mesmo? Faço filosofia porque minha mãe, meu tio e os livros que li falando sobre ela me atraíram a atenção, ou porque faz parte de alguma componente neuroquímico em mim que está obcecado em encontrar princípios e padrões nas coisas?
(Adendo: me questiono se faço filosofia também por um simples erro, que é confundir "gostar de conhecer" com "gostar do conhecimento proposto pela filosofia", de forma análoga a alguém que faz educação física porque gosta de esportes, sacou?).
E por aí vai. Não paro quieto um segundo, buscando origem de tudo. Quanto ao b) o sofrimento é visto como algo que passa, eu não lido com a dor desta maneira.
Não é algo que passa e acabou. Se alguém critica minha performance no violão e minha auto-estima cai, me aprofundo nas raízes desta dor. Será que ponho a razão para viver na música e a simples crítica já rui toda minha fé em querer viver? (porque realmente eu vivo por fé em viver. Não há motivo objetivo). Ou será que cresci em ambiente onde tudo era pessoal de mais, e portanto, nasci em uma caixa de algodões?
De conflito em conflito, minha cabeça aumenta as proporções do questionamento. Hoje, estou vivendo um drama (entre outros) que se configura como logos x mythos. Razão ou mito? Como tomar minhas atitudes? Baseadas no quê?
Como buscar a verdade de maneira desinteressada sem me basear nelas para viver? Porque se me baseio em alguma verdade, a crítica que a demole faz demolir minha crença sobre a coisa, e então, tenho dificuldades em viver (me falta a tal da fé),
Mas o texto foca no medo da loucura. Eu quis contextualizar o modo como a enxergo: me perder no meu mundo, só isto. São tantas os conflitos, tantos os questionamentos, que ás vezes me foge sabe o quê? Uma unidade, algo como um eu, um Marcos. Eu desfragmento esta coisa chamada Marcos, justamente porque me pergunto sobre tudo! O que sou eu? Existe "eu"? O que significa eu? O Marcos é a voz que fala e que escreve, o que é visto nas festas, o quê?
Eu crio personagens pra bastante coisa. Porque vejo diferentes formas de enxergar uma única coisa.
Exemplo: o acaso. Um lado diz que o acaso é um evento independente, sem qualquer fim. Este lado é a razão, que carinhosamente a apelidei de Altamiro Loremir. Seu objetivo: explicar através da razão os motivos pelos quais as coisas acontecem, diferente do Raimundo Salazar, que observa o acaso como alguma confluência magnifica do universo e do cosmo.
Por isto sou bomba e atrito. Altamiro berra com Raimundo, Raimundo sofre escondido. Em seguida, é Raimundo que berra com Altamiro, mas em desvantagem, porque para se defender, ele deve usar a razão, e nesta história toda... bom, ele se perde.
Sinceramente, sou muito Raimundo. Mas devo confessar que às vezes sinto cansaço e irritação quando leio algum texto que diz sobre "ondas eletromagnéticas e vibrações que irradiam do perispírito etc etc etc". Sabe, estas viagens? Cinestesia, radiestesia, blá blá blá.
E pouco a pouco, vou descobrindo as outras personalidades. Diferentes vozes que cobram de mim coisas que não quero fazer.
Importante: digo "vozes", mas sei que elas são ditas por mim. Os tais dos personagens não são nada mais do que meios pelos quais eu expresso meu próprio policiamento.
Enfim, são seis vozes (já contei), no total. Mas uma já foi desconstruída. Aquela que me obrigava a ler e ser inteligente praticamente ruiu.
Um dos meus objetivos é desconstruir cada uma delas, ou levar só o que há de importante em cada uma, para que eu possa entrar em contato com toda individualidade em mim. O objetivo, afinal, é sé rebelar contra o sistema.
Aí que as coisas complicam. Muito.
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Outra coisa: o medo vem, mas passa. Porque entendo que na realidade, sou é muito lúcido de tudo que ocorre comigo. Esta clareza é que é assustadora, mas não beira a loucura. Consigo conversar, entendo as convenções sociais, expresso minhas ideias tranquilamente e olha só: adoro falar besteira.
O pânico vem somente quando desafio tudo, tudo o que há de mais comum. Mas... Ney Matogrosso, ouvi dizer, também ficava com medo. E ia em frente, desafiava a forma centrada que a sociedade enxerga as coisas: um eu, um sentimento, uma forma, ou x, ou y.
Então basicamente vou falar o seguinte: um grandessíssimo foda-se pra aqueles que não me entendem. As pessoas mais próximas de mim são capazes de compreender toda a profundidade do ser humano, e enquanto eu conseguir explicar as coisas, me sentirei tranquilo. Eu apenas vejo o que as pessoas às vezes não vêem, porque se trancaram no obvio.
Respondendo a uma menina que me disse: "eu gostaria de fazer psicologia só pra entender a cabeça deste moleque". Eu sou igual, só que penso muito. E eu penso parado, com os olhos fixos no nada, o que faz parecer que é algo esquisito, mas na real, não. Você gosta de pensar fumando, escutando música ou escrevendo; eu curto fazer isto sozinho e no silêncio, andando pra lá e pra cá, concentrado em coisas minhas. Nada demais.
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Concluindo o texto, quero dizer que não, não sou louco. Sou é claro pra cacete com todas as coisas, e investigo tudo, do mais obvio ao mais bizarro  E de vez em quando chego em conclusões absurdas, mas que só quando enunciadas sem contexto soam assim (tipo dizer que eu não existo. Sim, tem como esta frase soar não-esquisita-maluca-lunática.
Que O Louco viva sua vida!


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Banho

Hoje eu tô espirrando pra cacete, meu. Saí do banho com o nariz semi-entupido, o olho semi-cerrado do tipo "fumei-um-beck" e espirrando como um sei-lá-o-quê que espirra numa quantidade de 1e/2s² (minha datação; e: espirro; s: segundo). 
Acho que sou alérgico a alguma porra que eu passo no corpo. Ou shampoo, ou condicionador, ou sabonete, ou protetor solar, ou um creme que passo na cabelo, ou um daqueles sabonetes que você passa no rosto afim de eliminar espinhas e cravos ("cravo", em espanhol é "punto negro". Daora, né?). Ou eu sou alérgico a água quente (isto existe!?). Ou a cloro.
De qualquer forma, saio do banho pesado, com a pele irritada, o nariz coçando, olhos vermelhos. 
- Foi tomar banho?
- Não! Fui me expôr a uma sessão radioativa para, em seguida, testar quanto um corpo aguenta ser esmagado por um trator. 
Parece ironia, mas a sensação que tenho é esta.
Aliás, odeio tomar banho. E não só por causa destes tormentos, mas por um monte de outros. Por exemplo: passar sabonete. Isto é simplesmente HORRÍVEL. Assim que me ensaboo (ô, verbo feio), a pele fica grudenta. GRU-DEN-TA. E é o corpo inteiro! Braços, pernas, barriga, peito, coxa e pé. E o resto também, aquelas coisas erógenas. 
Depois: a água fica caindo no meu olho. Cai, simplesmente cai. Aí tenho que ficar tirando, e o olho lá, pesando e coçando. 
Não acabou. Tem a parte de me secar. Não tenho a menor paciência pra isso. Passo a toalha no braço, ele ainda está úmido. Passo de novo, continua úmido. Passo a terceira vez, fica uma pouquinho mais seco, mas AINDA SIM, úmido. Isto no CORPO INTEIRO. Me seco irritado demais, porque não acaba. A água escorre do meu cabelo para o peito. Seco o peito. Me agacho para secar a perna: mais água do cabelo que escorre. 
"Então é só secar o cabelo!".
Claro!!!111!! Mas o cabelo NÃO. SECA. Fica uma eternidade molhado. 
E pior... Me visto, depois de tudo. A roupa fica grudando em mim. E saio do banheiro suando. Leu bem? Suando, suando, SUANDO. Ninguém merece sair do banho SUJO DE NOVO. 
Finaliza eu banho: eu espirrando, olho vermelho, pele coçando, corpo suado, um pouco de dor de cabeça, nariz quase entupido, e geralmente, FOME.
FOME, FOME, FOME. Sair do banho com fome é HORRÍVEL, especialmente quando você já comeu antes de tomar banho. 
Por isto prefiro não tomar banho. A vida é tranquila, suave e sem espirros. Nada de complicações.
Nada de fome. 
Ode aos franceses (que puta esteriótipo, meu!).
 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Estrela

Agora mesmo escrevo texto como forma de divulgar algo tão precioso. Enquanto eu me perguntava sobre ser bem-sucedido, me frustrava a cada resposta, pois todas elas indicavam algum caminho - coisa que rejeito. O porquê já foi dito: o fim às vezes não é tão glorioso quando alcançado, e às vezes, nem sequer atingimos o que queremos, perdendo 10, 20, 30 anos de existência!
Então deveria encontrar aquilo que independe de caminho, independe de livros, independe de qualquer coisa. Esta coisa que procuro é o que está em todo lugar que eu vou; aquilo que agarramos na pior situação; a exata coisa que não nos deixa morrer. Eu queria encontrar justamente isto, porque é nesta coisa que mora a independência total da meu corpo e da minha alma.
Acredito que eu sou o universo e a sociedade. O bem que faço a mim, é o bem que propicio ao mundo. O mal que faço em mim, é o mal que fere a sociedade. Não há como fugir disto; respiramos o mesmo ar, bebemos a mesma água e por mais nos odiemos, estaremos entrelaçados - ainda que com a raiva.
Isto não sugere dependência. Sugere conexão. Mas eu precisava fugir da dependência que cotidianamente encontramos (não me refiro somente aos recursos materiais, tal como salário. Me refiro ao inferno de adotarmos a referência sobre nossas vidas a partir do outro).
Fugindo da independência, eu seria bem sucedido. Não haveria caminho. Não haveria fim. Eu encontraria o que me faz ser até as últimas consequências.
E fiz a seguinte pergunta: o que eu não posso querer, que eu procuro, e que já está?
Depois de um bom tempo buscando a resposta, fechei os olhos. Achei. Não posso querer porque não é questão de desejar; que eu procuro é porque não encontro; já está porque não é necessário construir.
E o que eu achei? Alguma coisa que não é nominável. Achei o que me faz vivo. Achei a continuidade, achei o sopro da vida, a chama que queima dentro de mim. Achei a silenciosa coisa que permanece e que me faz permanecer dentro do universo.
Isto... bastou. Enquanto estiver próximo desta Fonte, nada mais será importante.
Agora posso dizer que sou bem-sucedido.
Depois de ter esta revelação, andei até o laboratório do meu instituto (onde no momento escrevo). No caminho, encontrei pessoas. Senti um certo medo pois tenho consciência de que, perto de pessoas, já não sou mais o mesmo. Além de que nem sempre quero falar oi, sendo este ato de simpatia forçada um tremendo peso pra mim. Entretanto, resolvi firmar meus pés na tal Fonte, e falei oi com muita sinceridade.
A sensação? A sensação de que nada, absolutamente nada, poderia me parar. Eu fiquei forte, muito forte. Forte por dentro, com uma fortaleza dentro de mim.
Agora resta uma questão: por que eu me distancio da Fonte?
Não sei. Quero cultivar minha proximidade com a fonte. Tenho plano, já já, escrevo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sobre ser Bem-Sucedido

Ultimamente tenho dito a mim mesmo que já sou bem sucedido, pois temo que esta palavra seja "uma piada, e um tanto quanto perigosa" (Raul Seixas). Pensa só: ser bem sucedido é um lugar que milhares de pessoas se matam pra alcançar. Isto implica na competitividade, que ao meu ver, é destruidora. Não consigo imaginar uma mente saudável em um meio que cobra e nos pressiona a ser melhor do que os outros. Por mais que você estude muito e se garanta neste inferno, conseguindo controlar a ansiedade, a mentalidade por trás da competividade é que é doentia.
Afinal, é você ou ele! O luxo ou a lama. Não há "que o melhor vença". O pano de fundo da competitividade no mercado se baseia em pisar nos mais fracos, e se erguer diante deles como um não sei o quê alfa.
Acho que tô exagerando. A falta de escrúpulos é o real perigo, não a competitividade. Mas me parece que o que cola de verdade, isto é, aquilo que realmente combina com a competividade é a ideia de que somos inimigos em comum. Não estou tão distante da realidade, estou?
Pelo menos é assim que eu enxergo e sempre enxerguei as competições. Chorava quando tomava gol de pênalti, chorava quando perdia em jogos de tabuleiro, me irritava quando não tirava 10. A vida é um chicote que açoita os incapazes.
Eis aí uma das moradias do medo que sinto quando ouço a palavra "bem sucedido". Temo acabar ansioso e com auto-estima baixa na busca pelo topo.
O outro medo é que temo lutar pra ser "bem sucedido" e gastar uma vida inteira pra, só no final dela, perceber que corri atrás do verdadeiro nada.
Uma prima minha um dia me falou de uma tal de "curva da felicidade": somos jovens e desejamos tudo. Lá pelos 40 ou 50 anos, descobrimos que os nossos sonhos não vão se realizar por completo. Aí cai e ficha e percebemos que não conseguimos tudo que queríamos. Bang, desilusão na certa. A curva da felicidade cai neste momento.
Quero fugir disto. Não quero descobrir que a vida já foi. E mais! E se eu chegar lá, e lá, descobrir que foi tudo uma ilusão? Quero dizer, sempre sonhei em cantar em público. No dia que isto aconteceu — mesmo que pra uma platéia pequena —, senti um vazio imenso.
"Foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto: e daí?" (Raul again).
Por isto destruí meus sonhos. Sonhos não andam, não comem, não riem. Sonhos são mentiras que, apesar de nos fazer andar, serão, inevitavelmente, o abismo onde cairemos.
Dizer isto me desperta um certo medo. Estou indo contra a forma como me ensinaram a pensar: orientado para o futuro, em busca da realização de nossos sonhos. Demolindo os sonhos, desmancho o olhar para o futuro. Só há presente.
Mas aí uma pergunta fica sem resposta: posso desejar algo?
Pois todo desejo implica em um fim. O meu grande problema é o fim. Ou o alcançamos, e vemos
que ele não é tão glorioso como parecia; ou nunca o alcançamos, gastando meia vida em busca do nada. Como escapar da armadilha de orientarmos nossa vida para um fim?
Talvez se o fim for o meio, as coisas mudam. Por exemplo, o fim de aprender. Aprender requer o aprendizado (um fim em si mesmo). Isto é diferente de aprender para ser inteligente.
Esta é uma ideia. Quero, agora, mostrar como posso sustentar a ideia de que já sou bem-sucedido.
Ora bolas, eu tenho as constelações para desvendar à noite. Tenho comida pra comer. Tenho minha mãe pra amar. Tenho família. Estou adquirindo cada vez mais segurança emocional e assumindo minha integridade. Isto tudo me basta.
Mesmo? Tempo pra repensar.

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Algumas horas se passaram desde que escrevi o último parágrafo acima. Me questionei sobre a satisfação, e fiz o seguinte jogo: perdendo tudo, absolutamente tudo, o que me garantiria a luz de estar vivo?
E percebi que a saúde é de extrema importância. Mais exatamente, é necessário que eu respire, coma, beba, delibere as substâncias não utilizadas e durma. Claro que outros ítens podem e devem ser acrescentados — como higiene, cuidado com a pele, etc —. Entretanto, meu foco é aquilo que resta diante de toda e qualquer catástrofe.
Mas não basta a saúde, pois mesmo diante de um corpo saudável, posso enlouquecer ou cair em depressão. O que falta, então?
Chamei este componente de integridade. Ou auto-comprometimento. O lance é o seguinte: ser fiel a mim mesmo. Ser o advogado de todas as partes minhas. Estar seguro comigo mesmo.
Ser bem-sucedido é isto: ter auto-comprometimento e ter saúde.
Que TODA minha vida seja orientada neste aspecto. Amém.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Astrologia

Tenho uma visão diferente sobre astrologia. Porque, em geral, ou as pessoas creem do fundo de seus corações que nasceram em tal dia e possuem de modo fixo seu signo (e lua e planetas em tais casas), sendo os chatos que apontam o dedo e ficam adivinhando o que você é (canceriano, leonino, geminiano, etc)
(Pausa: saber o que eu sou, ou saber que coisas eu sou, só eu e pessoas muito íntimas podem ter noção. Você que me conhece há dois minutos não pode ter a pachorra de dizer como sou).
Enfim. As outras pessoas são também chatas, mas desta vez porque não suportam ouvir a palavra "astrologia", porque já torcem o nariz e sempre, sempre, do alto de sua ciência "que aprova e classifica" (Raul Seixas), taxam ela de pseudociência.
Gostaria de mandar vocês dois tomarem no cu. Obrigado. Isto sintetiza meu ódio desta guerrinha de tapados.
Agora vou explicar minha opinião, que não é uma, nem outra das supracitadas.
Enxergo a astrologia como uma apanhado de mitos que circundam constelações e planetas. A constelação de Leão Maior possui um mito: é o leão de Neméia, morto por Hércules em um de seus doze trabalho. O planeta Urano é uma clara referência ao Deus Urano, que junto de Gaia, gerou os Titãs.
Se nos aproximarmos de cada mitologia e analisá-las sob aspecto de serem partes da gente, veremos como podem ser universais. É possível se enxergar através de um mito. O momento em que nos afundamos no inferno e em seguida retornamos para a atmosfera respirável é o que descreve o mito de Perséfone. Todos nós já passamos por algo duro, e após o tempo do sofrer, voltamos aliviados à rotina, mas desta vez, mais amadurecidos. Ou então o encanto que sentimos por alguém; por que não dizer que Vênus rondou nossa vida e nos influenciou com o sabor da beleza?
Enfim, entenderam meu ponto. Todos os planetas e todas as constelações, para mim, podem ser lidas segundo este aspecto humano, onde nós nos vemos ali em cima. Partindo disto, podemos inferir que há em nós todo o firmamento. Há em nós todos os mitos, heroínas e heróis. A astrologia seria, então, um caminho para se desvendar, explorar as fendas desconhecidas.
Optando esta forma de pensar, eu excluo a ideia de que nascemos em tal data e temos determinado signo solar. Você está livre pra descobrir sua personalidade de acordo com as centenas de mitos gregos que por aí existem (e porque não, também de outras culturas). Está livre pra descobrir o Capricórnio ti, e o Sagitário no teu coração.
Sim, isto é maravilhoso. Você é o que quiser, e está livre pra ser, finalmente, uma metamorfose ambulante (tô namorando o Raulzinto estes dias...).
Vou me colocar como exemplo para que a mensagem possa ser melhor apreendida.
Estes dias fui meditar. Com toda aquela coisa de sentir energias - ou simplesmente sensações, como preferir -, eu tive a ideia de liberar, em mim, o espírito de Aquário. Disse em voz alta isto. Alguns dias depois, fui ler um pouco sobre a constelação e seus mitos relacionados.
A partir destes dados, estou procurando conduzir minhas escolhas de acordo com  o que ele é. Aquário é Prometeu, que serviu à humanidade roubando o fogo do Olimpo. Isto sugere invenção e criatividade à mercê dos seres humanos (sem o fogo, a humanidade vivia no escuro, metaforicamente falando). É a transgressão, também (lembre-se que o fogo era proibido de ser dados às mulheres e aos homens. Prometeu sofreu as consequências disto). Aquário representa a necessidade de fazer pelos outros sem a necessidade de ser parabenizado pelos atos. É o oposto do rei que serve a população; Aquário é anárquico.
Então é assim que enxergo a astrologia. Um mar de possibilidades e magia, que podem provocar em nós o efeito de expandir a forma de enxergar o mundo.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Ruim de Escrever Para Si II

Por isso quero pensar através da ação. Li em um poema de Fernando Pessoa que pensar é um erro, e acredito demais no que disse. Pensar cada um pensa, e brigamos por isso faz séculos. Além de que a gente não entende o pensamento do outro. Sei lá, eu me conecto com os sentimentos dos outros, não com o pensamento deles.
Se tudo fosse emoção, será que o mundo não seria mais fácil? Se olhássemos através da emoção poderíamos dizer com mais firmeza o que queremos, e escutar com mais clareza o que os outros querem.
Assim, concluo que pensar é uma merda. De que adianta você pensar diferente de mim? Fico irritado demais quando ouço uma pessoa falar "cada um tem a sua opinião". Porra, então de quê adianta ter opinião? Pra gente discordar? Pra gente viver o dia a dia segurando a própria opinião tentando influenciar os outros a acreditar em você?
Fernando Pessoa diz: "Todas as nossas opiniões são dos outros". Ai, que coisa linda, gente!
Quero suspender todos os meus juízos de valor e simplesmente fazer o que meu coração manda. Isto faz muito mais sentido do que ficar debatendo coisas que não alteram nossa vida... Desculpa, filosofia, mas não tenho SACO pra ler o comentador do comentador do comentador. Essa merda não termina nunca!
Quero a prática da prática da prática. E acho que vai ser esta minha vida de agora em diante.

O Ruim de Escrever Para Si

Eu escrevo tentando não universalizar, porque fico inseguro de achar que o que penso se aplica em todas as vidas do mundo. Sim, sou muito cuidadoso com o que faço. Esta mania (ou valor) de ser exato e claro demanda paciência e estudo, coisas que... ah, tenho preguiça. Então falo de mim, de tudo que foge e não fica preso no coração. Daí eu chuto balde, porque falo o que quero sem o medo de impor aos outros o que é certo ou errado.
... O que é bom (ótimo!) e ruim (uma merda). Bom porque este é meu espacinho aconchegante pra fantasiar e imaginar e supor e explicar e solucionar o que passa pela minha vida. O ruim é estar sempre isolado nesta casinha, o que julgo como solipsista. Sabe, o mundo inteiro o caos, o machismo rolando a solta, a intolerância dos extremistas, as mortes, mortes e mortes. Daí eu fico falando de como olho para as coisas e como sofro com elas (e claro, de como soluciono os problemas que sofro, o que causa alívio e felicidade. Digo isto pra não parecer que eu sou o coitadinho incompreendido). Não parece egoísta demais? Pra mim, me parece.
E por que não opino sobre estas coisas do mundo? É que é como olhar para um mar de verdades, e sempre estar preso no fato de que elas são relativas demais, e ficar ali é ignorar a verdade daqui.
Hoje conversei com minha mãe, e vejo como somos parecidos. Ela me disse que sempre fica nesta "eu entendo você, mas entendo ele, mas me entendo, então, ai meu Deus, quem tá certo", e aí, não age! Eu sou igual. Porra, entendendo todo mundo, tô sempre aberto pra entender o outro. Entendo governo, entendo povo, entendo conservador, entendo revolucionário, entendo todo mundo.
Por isto tenho muito dificuldade em lidar com quem diz que "é assim é pronto" Não necessariamente isto precisa ser levado pro lado do discurso político/religioso. Tô falando do cotidiano. Tenho um amigo que diz de forma muito concisa o que tá certo e o que tá errado. Sinto muito medo perto dele. Sei lá, acho que ele vai berrar comigo, me bater, me xingar. É meio paranoico, até.
(Tenho percebido uma coisa mim: de repente me pego pensando em alguém que vai me matar. Ou então, penso em alguém próximo de mim que de repente vai berrar comigo, reclamando de algo que eu fiz ou deixei de fazer).
Isto é de uma fragilidade emocional enorme, penso eu. Incapacidade de me defender, de afirmar o que quero.
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Não é a primeira vez que questiono a minha dificuldade de dar opiniões, já que creio em todas elas.
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E isto também pode ser bom! Significa que sou muito adaptável. Barganho com qualquer um, porque não necessito de muito. E o que necessito, posso ceder com o outro ou outra.
(Pausa).
Parece que não cobro nada de ninguém. Isto tudo torna as coisas muito simples. Se não cobro muito, aceito demais as coisas. Aí convivo bem com quem está em minha volta.
Se bem que... não sou tão grato assim com as coisas. Tem gente do cotidiano que eu não suporto. Ih, eu me contradisse. Sorry, leitor.
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Quero gente pra compartilhar. Tá chato escrever pra ninguémm

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Magia, Ciência e Leões

Sabe uma coisa que eu amo? Magia. Esta purpurina sobre a realidade, cor roxa sobre o asfalto, vermelho de nebulosa sobre os quadros velhos e mal pintados do cotidiano. Me encanto fácil com a magia, pois é nela que me refugio distante da rigorosidade cotidiana.
Tudo é tão rigoroso... A fala deve ser rigorosa, as palavras devem ter sentido e suas conclusões não podem se basear na crença. Tudo medido para que se chegue em algum lugar conforme os padrões dados. Vida como reta razão, não como círculos da imaginação.
Então me dedicarei a falar sobre coisas que eu realmente amo e que contem magia, coisa preciosa. Primeiro texto será sobre leões. Vou me aprofundar nele: aspectos mitológicos, leão na música, em quadros, em mim e na astronomia/astrologia.
Obrigado, Universo, por me deixar falar sem medo. Tenho tantos agentes na minha cabeça, que o sossego já vem tarde demais.
Tenho um guarda para cada coisa. Todos eles são pessoas de verdade, cuja imagem internalizei a partir destas pessoas do cotidiano. Tenho o guarda do engajamento político ("você DEVE se interessar por política, DEVE participar dos movimentos sociais, DEVE desconstruir o machismo, DEVE desconstruir o racismo, DEVE ser socialista, DEVE parar de ser classe média, DEVE calar a boca e lutar contra os opressores do sistema!"); tenho o guarda da ciência ("você DEVE ser ateu, você DEVE rejeitar o ocultismo, você DEVE ser hard-science, você DEVE não acreditar em espírito, você TEM-QUE, SEM OPÇÃO, REJEITAR QUALQUER COISA RELACIONADA A ALMA E ESPIRITUALIDADE"); o guarda do não-desperdice-a-vida ("você DEVE fazer alguma coisa agora, você DEVE se preocupar com o futuro, você DEVE aprender uma língua a mais"). Ok, este último já está muito mais fraco, acredite.  O que mais me pega agora são estes dois primeiros aí. Tá difíicil viver com eles gritando na minha orelha to-do-san-to-dia.
Mas vamos lá, Universo. Me deixa acreditar que você existe, por favor. Estou implorando a mim mesmo: se permita acreditar e fazer o que quiser, eu imploro! Não aguento mais viver assim, levando chicotada dos censores. Eu imploro, parem!
Bom... Eu deixei de ter o sensor do não-desperdice-a-vida com um curso que fiz, o da CNV. Ele foi realmente importante pra mim. Consegui questionar tudo de maneira natural, sem ter que buscar argumentos ou ler qualquer coisa. Provavelmente este será o caminho para deixar os outros dois guardas pra trás. Como iniciá-lo? Boa pesquisa. Vou ir atrás disto.
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Próximo (ou não) texto será sobre Leões. Ansioso!

domingo, 8 de novembro de 2015

Realizações

Este texto não tem uma mensagem final, nem levanta problemas. Pelo contrário, apenas deixa registrada as soluções que eu encontrei para alguns questionamentos. É uma pena que seja assim, tão sem graça. Mas... é realmente importante pra mim escrever estas respostas - tanto como maneira de fixá-las na minha cabeça como para finalizá-las. As questões que eu havia feito a mim são basicamente: o que fazer com minha vida agora que não tenho objetivos e a felicidade não mora no futuro, mas aqui e agora que escrevo neste momento? Pra quê viver? 
Sobre "pra quê viver" eu já tenho minha resposta. Tá lá no final deste blog, texto sobre o Tudo. Quanto o que fazer pragmaticamente, aqui estão as respostas.
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Organizando o dia, fiz uma pesquisa curta - porque não foi necessário demorá-la - sobre aquilo que convém acontecer cotidianamente na minha vida. 
O cotidiano deve ser recheado de coisas básicas e óbvias, pois a felicidade não nasce da complexidade, e nem é bastão que se apegue e diga "agora sou feliz". Não, senhor. Felicidade é a coisas simples. O prazer de ler não consiste em terminar o livro, mas é o súbito momento em que você lê algo, arregala os olhos e prende a respiração porque está excitado com a informação na tua frente. O mesmo da felicidade. Ela não está no final de algo, e nem é uma conquista, mas os curtíssimos momentos que funcionam como combustível ao nosso corpo (ou sopro para a alma, como queira). Curtíssimos mesmo. Por exemplo, a risada que você deu e durou 30 segundos, o abraço de uma eternidade mas que já foi embora assim que você se despediu.
Acho importante dizer que fico preocupado que pense que eu esteja fazendo papel do ditador da felicidade, o cara que não aguenta ver uma tristeza e já receita remédio ou faz discurso motivacional. De forma alguma sou um bobo sorridente que acorda com um pote de margarida enfiada na cara. Na realidade, meu conceito de felicidade é prático e inclui a dor, pois não creio que são coisas que se contradizem. Se felicidade for conexão, sinceridade, desafio, pausa, tudo isto abraça a dor.
Veja bem: ser feliz seria estabelecer os pressupostos que me garantissem tudo isto. Conexão para estar associado com os seres ao meu redor, causando o pertencimento e o carinho pelos entes orgânicos e inorgânicos; sinceridade para enfrentar os monstros e os conflitos mais fodidos da mente humana; desafio para não atravancar na mesmice da comodidade da inflexibilidade da falsa segurança; pausa porque respirar é preciso. E onde entrar a dor? Em tudo. Necessito me conectar com minha dor, desafiar o cotidiano e dizer o que dói, ter coragem pra enfrentar minhas dores e pausa para senti-la com cuidado e carinho. 
Ser feliz, então, é permitir os pressupostos para que eu possa me realizar com tudo isto que acabei de falar. E creio ter encontrado o tal do obvio e básico <Santo Deus, como amo princípios, princípios e princípios! >
Vamos lá: saúde foi a primeira coisa, porque amo ter fôlego pra fazer sexo, e porque gosto da ideia de pureza corporal. Assim, escolhi pequenos hábitos que atendessem esta necessidade - ser saudável -, como beber água de manhã e me alongar durante o dia. Mas vou não vou me forçar a fazer coisas extravagantes como correr e fazer exercícios. Minhas experiências passadas com o comprometimento associado à pressão não deram certas Que tudo flua naturalmente.
Ainda neste aspecto da saúde, coloquei o descanso como prioritário. Não dormir é horrível, sinceramente.
Vejo a saúde de uma forma um pouco mais amplo do que só cuidar do corpo. É da consciência corporal que estou falando, moça. Respeitar meus limites, conhecer minha dor e festejar minha aparência, porque acredito que ela é fundamental. Faço um apelo não à beleza, mas ao Belo. Sejamos Belos, vamos transmitir o frescor do Belo. Se vestir, se maquiar, pentear o cabelo, passar perfume, desodorante, tudo isto é essencial para a convivência humana. É demonstrar respeito ao outro que, pelo amor de Deus, possui nariz. É tornar o ambiente mais vivo e interessante, com as chamas de nossa natureza vivas. Fala sério, não é lindo ver gente linda e arrumada? Não é lindo ver gente que se veste da forma como quer? Não é lindo ver a diferença que as roupas nos proporcionam? 
Obviamente, existem roupas que vieram ao mercado pra que nós, consumidores burros, compremos. Mas estas daí não proporcionam a diferença. Eu tô falando da mistura e do prazer de criar. A artista cria e diz sobre ela, sobre o momento e sobre o mundo quando lança pra fora sua criação. Cuidar da aparência é isto: criação. Falar de suas origens, mostrar o que ama, dizer o que pensa. Nada disto tem a ver com botar a aparência como porta de entrada para a felicidade, ou comprar roupas caras. Quem pensar assim é porque não entendeu bulhufas do que eu disse. Então repito: crie e recrie o modo de se expressar com a realidade do cotidiano. O guarda-roupa é um modo de aliviar as coisas presas na gente. Grite!
Saúde e aparência. Grandes pressupostos para eu ser feliz (nos termos acimas apresentados).
Chega de falar disto. Vamos falar sobre o restante: tempo, espaço e auto-empatia.
Tempo pra fazer tudo. Tempo pra tudo; pra ser feliz e pra chorar. Pra conseguir o que eu desejo e pra fazer aquilo que me obrigam a fazer. Tempo pra pensar, e tempo grande pra não pensar - isto realmente ajuda na hora de tomar decisões. Tempo pra acordar e comer, tempo pra vadiar e trabalhar. Não há muito o que escrever, pois já foi dito pelos Titãs isto tudo, ó:

"Tenho tempo pra gastar 
Tenho tempo pra passar a hora 
Tenho tempo pra desperdiçar 
Tenho tempo pra jogar fora 


Tempo de sobra pra levar 
O tempo que resta pra ir embora 
Tempo de sobra pra esperar 
O tempo que resta a partir de agora 

Eu realmente não sei 
Que horas são 

Tem lugar de sobra até aonde posso ver 
Tem espaço bastante pra se perder 
Tem lugar de sobra até aonde posso enxergar 
Tem espaço bastante pra ter que parar 

Tenho o dia inteiro pra andar 
Eu quero o dia todo pra andar sem direção 
Tenho quatro paredes pra derrubar 
Eu quero quatro paredes pra pôr no chão 

Eu realmente não sei em que mês estamos 
Eu realmente não sei qual é o dia do ano 
Eu realmente não quero saber "


O tempo é importante demais, gente. Pressa não é minha praia, já viram.

Sobre o  o espaço, é o que compõe o tempo. Se desejo o meu tempo pra fazer as coisas, desejo o meu espaço pra realizá-las. Então, é necessário que ninguém fique no meu pé me julgando, para que meu coração sozinha decida os meus movimentos e rumos. Já cansei de pessoas falando como eu devo fazer isto, e ainda mais da pressão para ser uma estrela. Zoado, mas eu te explico.
Olham pra mim e dizem: puxa vida, como é jovem! Aproveite o tempo que tem, porque depois, acaba!
Creio que estas pessoas, quando dizem isto, supõem estar aconselhando, ou ensinando algo que consideram valioso. E depois complementam, descrevendo como a vida é cruel, como o mercado de trabalho é cruel, como o dinheiro é cruel, e como a vida do jovem é boa etc.
Olha, demônio. É impossível que eu fique tranquilo neste sábado sabendo que futuramente, não terei tempo pra nada. Ou eu me pressionarei pra me preparar pro mercado de trabalho (estudando bastante, indo bem na faculdade, aprendendo línguas etc), e neste caso, não serei feliz e nem tranquilo e nem calmo o suficiente pra absorver informações; ou eu não me pressionarei, e me sentirei culpado por nada fazer, já que estaria "jogando fora as oportunidades maravilhosas que a vida te dá". Cara, como me sinto mal com isto. Pressão é horrível; supõe competitividade, acumulação de conhecimento, segurança futura; e culpa é pior, porque ninguém é feliz com culpa.
Por isto preciso de espaço. Não me pressionem de nada, absolutamente nada. Se todo homem e toda mulher é uma estrela, não preciso de ninguém pra mandar eu brilhar agora. Farei isto naturalmente sem o remorso que você se sente por ter escolhido uma vida que não te agrada, e por ter tomado decisões que não te agradam.
Me deixa fazer as coisas do meu jeito, da forma como eu entendo que darão certo. Me deixa aprender da minha maneira, me deixa ler da maneira como eu quero. Me deixa planejar da forma como eu planejo, me deixa ter as ideias minhas e nem me diga como realizá-las. Se eu pedir sua opinião, ela será bem-vinda. 
Sim, eu sou responsável pela minha vida. E pra eu fazê-la acontecer, necessito respirar para expandir. Sai do meu pé, inferno de gente que vive de agenda, horário, programação e segurança. Eu sou diferente, sorry.

Quanto a auto-empatia, é o amor que eu tenho por mim mesmo. Sou tão acostumado a escutar os outros, que esqueço de mim. Aliás, todos nós esquecemos de nós mesmos. Ou agimos para o outro, ou agimos segundo algo que pensamos ser a gente, quando na realidade não é (talvez as duas coisas sejam iguais).
No momento, estou usando auto-empatia (não sei porque, não gosto desta palavra), me questionando sobre o que quero fazer como profissão e realização de sonhos. Mas já vejo onde isto vai parar: pressão. Pressão para ser e fazer o que quero. Daí, culpa, ansiedade, etc. Penso que uma melhor opção é observar valores que eu considero em minha vida, e o que melhor prover estes valores, será consequência e provavelmente, profissão. Por exemplo, eu tenho um valor que é a democracia, o que pressupõe o livre pensar. Amo a liberdade e a diversidade de opiniões.
A pergunta é: como desenvolver isto? Como saber lidar com gente que pensa o oposto de mim? Isto é essencial em minha vida.
Tenho o prazer em dizer isto: hoje escuto o discurso militarista e não fico irritado. Escuto o discurso evangelista que ou-você-é-de-Jesus-ou-ama-o-demônio e fico tranquilo. Fico calmo quando ouço alguém falar que o PT alimenta vagabundo. Estas compreensões não são só teóricas, mas abrangem algo magnífico, que é a capacidade de entender os elementos que compõem o mundo diferente do meu. Eu não digo "até entendo, mas...". Digo "entendo, e". Sou capaz de encontrar as verdades nestes discursos acima ditos. Sou capaz dizer: concordo com você.
O meu negócio é deixar de fazer os discursos, coisas excludentes. Chegar numa posição onde não é x ou y, mas z. Isto é um objetivo na minha vida.
E pensando nisto, creio chegar naturalmente onde quero. Veja só: descobri a mediação de conflitos, que trabalha exatamente com isto. E estudo filosofia, que busca analisar as coisas de maneira minuciosa e imparcial (na medida do possível).
Então pergunto: quais são meus valores? Ainda escrevo sobre isto.

Então recapitulo. A felicidade é o conjunto de condições que me permitem seguir em frente na vida. E pra eu seguir frente, necessito de saúde, descanso, tempo, espaço e auto-empatia. Fui.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

?

 Mistério, li por aí, é o infinito do desconhecimento. A impossibilidade de acumular todo o saber sobre determinado objeto. O sol, ainda que relatado, explicado e analisado sob diversos pontos de vistas, ainda será um eterno mistério, porque tudo é mistério, tudo.
Afinal, se para ti, o sol é uma bola de fogo constituída de determinada matéria, que fica em determinado lugar no espaço, e que possui determinadas propriedades x, y e z, refaço então a pergunta: se você já sabe o que é sol, questiono então o que mais ele poderia ser. Ou então, ele é o que pra quem?
E veremos desabrochar o infinito do desconhecimento. O que mais ele poderia ser? Deus, um deus, um símbolo, o coração, a Vida, o conhecimento, uma metáfora, um ícone de um sonho, um quadro, um verso, uma palavra, um nome, apelido, etc. E o sol é o que pra quem? Pra nossa mentalidade, fisicalista até a última gota, pensamos que ele é matéria. Mas e para minha irmã de 9 anos? E para mim quando tinha 5 anos? E para Van Gogh, os egípcios da Idade Antiga e mesmo para os ameríndios, em todas as suas extensões (tribos)?
Miséria, porca miséria, senhor. Olhamos para as coisas e teimamos em perguntar o que elas são, crendo haver nas próprias coisas, a resposta separada de nós. Hoje em dia estou reconsiderando mais a ideia de olhar para elas e me perguntar: o que para mim, para os outros e para outras culturas de diferentes épocas é isto?
E aí vejo como as coisas são tantas, que parece não haver resposta que caiba nesta famigerada pergunta: o que é o sol, afinal?
Mas ainda há um outro mistério além do mistério de tudo, porque nunca saberemos de fato o que algo é. Este outro mistério é absurdo, e começa aqui, neste momento: eu tenho duas mãos, dois olhos, duas pernas, uma boca, um cabelo e um nome. Eu vivo numa coisa redonda perto de outras coisas redondas, em um espaço que não sei quando acaba. O absurdo que é isto, não posso quantificar. Por que duas mãos, dois olhos, duas pernas, um cabelo e um nome?
Que a resposta seja "evolução", "adaptação dos mais fortes": por que diabos isto existe? Por que vivemos no espaço, por que vivemos no planeta, por que há o tudo ao invés de nada? Por que e como tudo é assim? Por quê, meu Deus do céu, por quê?!
Absurdo, espanto ou angústia. Os nomes dados a este mistério com certeza variam, mas representam as mesmas sensações no corpo, que são os olhos arregalados, o aperto na barriga e a leve tontura. Aristóteles sentiu isto, aposto um abraço com você. Platão também. E sabe por que? Porque não passavam de meros mortais como todos nós.
(Detesto o endeusamento que fazem destes caras. Até parece que eles são diferentes de você ou de mim, mais superiores ou melhores. Que Aristóteles tenha escrito e impulsionado a filosofia; que tenha sido um "gênio": não passará de um mortal que chorou a morte de alguém. Um mortal que pode ter tido problemas com o vizinho, e que provavelmente falou algo que machucou alguém. Uma pessoa de sentimentos e tristezas e alegrias. E digo mais: não há nada que este cara tenha dito e que qualquer outra pessoa do mundo não possa ter chegado nas mesmas conclusões. Isto não significa desmerecer o trabalho dele, mas colocar de uma vez por todas a igualdade que esquecemos entre nós. Qualquer um é capaz de ter ideias magníficas, revolucionárias ou brilhantes. O problema é que constantemente temos medo de dizê-las, achando que somos inferiores ou indignos de contribuir para o mundo).
Mistérios. Que eles não sumam, para que a vida se mantenha distante dos fatos inexoráveis e indubitáveis. Que o sol seja mais que matéria, e que possamos sempre saber nada sobre nada, como eternos ignorantes.

Sexo, como sempre.

Sexo é divino. Faço sexo pensando em uma única coisa só: ser o maldito do flagelo que impõe ao escravo todo o prazer que ele merece. Então, neste movimento de ser o dono e origem do gozo do outro, me transformo ao mesmo tempo no servo da pessoa com quem transo. Quando chupo uma mulher, encaro suas pétalas e dobraduras como uma missão minha. A missão é ser escravo dela, fazê-la se deliciar de modo único. E de contrapartida, me coloco em posição de força e comando.
Este paradoxo - ser e não ser rei, ser e não ser servo - é mágico. E para mim, a magia não é feita de somente o fantástico, mas requer também dedicação. Por este motivo, sempre gostei de ir atrás das informações valiosas. Onde é imensamente prazeroso que posso estimular em uma mulher? Qual a força? E a suavidade? 
Uma vez roubei um livro de meu pai, cujo título é "175 Maneiras de Enlouquecer Uma Mulher Na Cama". Este livro é fantástico. Bíblia pro católico, Gita pros hindus, e "175 Maneiras de Enlouquecer Uma Mulher na Cama" para mim, escravo do prazer alheio. 
Claro; não leio e pratico sem questionar. Não sou tolo a ponto de ler minha bíblia de forma literal (cof cof) e sair por aí aplicando a sagrada escritura. Sou cauteloso e cuidadoso.
E o que aprendi lendo este livro? Muita coisa. A priorizar as preliminares, a ter calma, a estimular o pescoço, os seios, o clitóris. Gosto de ter o controle total do corpo do outro, assim, posso realmente dar prazer, ter os movimentos mais precisos, criar os jogos e as regras. 
É deste modo que me torno insaciável com a vontade de dar mais e mais prazer. Inclusive tenho muito vontade de aprender a fazer massagem (de forma profissional, nada ralé). Imagina só, que delícia: ela se deita, eu acendo velas e um incenso. Passo óleo sobre suas costas. Em seguida, trato de ser perfeito com o movimento das mãos. Fazer ela relaxar e tirar todas as tensões. E parte por parte, avanço em seu corpo, até que ela fique perdida de tesão e nunca mais esqueça aquela noite.
Não sei se perceberam, mas sou exigente comigo mesmo na cama. Me esforço muito pra dar prazer a elas. Demais. Mas vale a pena, porque o tesão dela, no final das contas, é o meu tesão. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Demônio 2

Ter escrito este último texto me fez bem. Arranquei todo peso, toda massaroca, toda macarronada de ideias. E a conclusão é simples: reprimo determinadas atitudes, e sempre que as encontro no outro, sinto-me irritado; se eu mesmo as cometo, sinto culpa. E como eu havia dito, estou sentindo culpa e ódio por tudo. Bom, agora me resta rever o que tanto reprimo que não se aguenta mais estar preso.
Cito, pois:

- Minha vontade de destruir opiniões, doutrinar pessoas, desconsiderar visões diferentes das minhas e dar ordens
- A não rigorosidade com as ideias. Reprimo a leveza de sustentar uma ideia sem apoio teórico (estou sempre obsessivo a ter argumentos pras coisas, não consigo simplesmente "achar que sim"). Então reprimo minhas crenças espirituais.
- Reprimo meu desejos sexuais, pois imagino que sexo é uma forma de objetificação, e portanto, maléfica.
- O erro. Censuro produções artísticas minhas que carecem de qualquer densidade ou me soam infantis.
- A falta de vontade de escutar empaticamente o sentimento dos outros (se bem que nem tanto isto)
- Meu ódio/falta de paciência/tédio por atitudes dos outros
- A verdade pura e simples: que chamo atenção com muita felicidade. E que gosto de chamar atenção, adoro.
- Minha vontade de fazer nada (mas isto também está mudando)

Os demônios estão a solta. Tudo que é reprimido está agora no ar e escorregadio. O ódio está pulando dentro de mim, chiando, pra falar a verdade. Gostaria de contar como toda esta explosão surgiu.
Fiz um curso da Comunicação Não-Violenta. E com ela, questionei demais o tal do conhecimento, chegando na conclusão de que ler ou não ler não me faz alguém melhor; que ler às vezes não significa nada; que existem outras formas de aprender e que fazer nada é uma ótima coisa (porque sempre me senti culpado de não fazer nada).
Além disto, pude me comunicar melhor con la gente, porque estou mais vulnerável - aprendi a força da vulnerabilidade - e porque entendo que qualquer um é capaz de entender qualquer coisa (sumindo de vez com a ideia de que há assuntos-que-nem-todos-entenderiam-porque-não-leram-a-respeito).
Assim, dediquei praticamente uma semana de nada a fazer. Nada fiz. Não fui à aula, tô enrolando com um projeto, nem comecei um trabalho. Isto naturalmente me levou ao local dos demônios: o que mais seria aceitável? Se não ler e nada fazer é aceitável, o que mais é permitido?
Então liberei as trevas, vasculhei a maldade. A CNV foi a precursora do processo de me aceitar e de me entender.
Pois bem, esta caminhada ao Bosque dos Demônios está sendo assim, bem pesada. Entrei em contato com aspectos chocantes de mim, chegando até a alimentar a maldade nos extremos do imoral. E entendi com clareza esta história de alimentar o Bem e o Mal em nós. Antes esta frase era verdadeira, mas porque eu não tinha contato com a maldade, não podia compreendê-la com o coração. Com este passeio, e com esta conscientização de meu ser, posso dizer que agora tenho a opção da escolha. Mas isto, deixemos pra depois.
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É isto, o tal demônio. A sombra, o lado oculto que mais odiamos, repugnamos e ignoramos, mas que existe em vigor dentro de nós. Este momento de minha vida está fazendo ressurgir (ou desprender) o lado negativo, minhas aberrações.
É interessante como estou tentado a ler sobre o ocultismo; por que será? Deve ser porque o acho belo, e perigoso. Se a parte da luz estuda filosofia, as trevas estudam o ocultismo.
Enfim, os demônios estão a solta. Estão a solta. O que fazer? Sinceramente, esta é a última pergunta a ser feita.
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Demônio

Pois bem. Este mês é a reviravolta dos corpos. Percebo o oposto das coisas, o avesso dos fenômenos. Acordei na casa de uma amiga minha, e com o corpo cansado, cinza em aparência e em natureza, prostrei-me em frente a janela. Vi um gato pular seu muro e invadir seu jardim. Noto o que fez: abocanhou um lagarto. Morto, com a alma espiralada, virou almoço.
Hoje, me levantei e li uma mensagem no celular (que se destinava a um grupo): "Gente, preparem-se para a visão do sofrimento. Há uma pomba morta no meio da rua."
E dentro de mim, o caos. Caos de fato, sem preciosismos. Ando pensando coisas que eu jamais pensaria, imaginando coisas que jamais imaginaria, e quase fazendo o que eu jamais faria. É a figura do demônio que ilumina meu peito, consagrando seu território em meio a um antigo mundo de luz e Deus. O que diabos acontece comigo senão a demonstração clara de que a maldade existe, seja lá tua santidade e beatice? De novo cito Titãs em um texto meu:

"Filantrópico
Samaritano
Generoso
Tão humano

Acumulando raiva e rancor"

É, quanto maior a luz, maior a sombra. Vivi um ideal de perfeição absurdo, acredite. Indo aos extremos da compreensão, do amor e da empatia. Mas agora, tudo se rebela. O mal nasceu em mim, e vejo "Le fleurs du mal" desabrochando nos jardins de meu coração.
De fato, fui atrás da maldade. Li o que em meu mundo se consagra como maldade: psicopatia. Tenho medo de psicopatas, porque eles existem, e não medem esforços. São de fato o mal, concreto e em forma de osso, cérebro e sangue. Estão em todos os lugares e fazem o jogo sujo deles, onde criam as próprias regras, o ponto de partida para tua derrota. Além disto, podem matar sem remorso.
Que besteira a minha, ler histórias de serial killers. Ver o sangue, pensar no sangue, ficar sedento por ele.
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Sim, as coisas estão do avesso. Palavrões e maldições escapam da minha mente de forma natural, e sempre em inglês. "Why don't you kill yourself?"; "I hope you have a slow and painful death"; "Why don't you all just die?". E rio internamente dos movimentos sociais, zombando de cada pessoa que se intitula salvadora do universo. Faço piada do sofrimento alheio. Estou insensível.
E quero ver morte, sangue, dor. Morte, facas e gargantas. Suicídios, suicídios em massa.
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Busco uma explicação para este momento absurdo, que pra mim não é tão difícil de entendê-lo: tenho o esforço de ser perfeito segundo meus próprios parâmetros, e assim, persigo esta idealização. Como? Sendo gentil, amoroso, carinhoso, respeitoso, justo, compreensível, responsável, empático, aberto, reflexivo, cuidadoso. Que mais? Procuro não olhar para as mulheres que tenho imenso desejo sexual, vontade insana transar, anseio maligno de ser sádico na cama. Estas coisas são tão fortes pra mim, que não consigo separar o sexo deste componente brutal que é a violência. E quem não reprime a violência?  O resultado é que reúno o apetite sexual com o proibido, e aí, me reprimo em até simplesmente olhar alguém.
O quem mais em mim eu esforço pra ter ou ser? Oras, me esforço pra ser vivo. Existir, pra mim, é uma dádiva; logo, não desperdiço o viver. Me entretenho em várias atividades, experienciando muitas coisas. Como estamos na época da reviravolta, a única coisa que quero é ficar em casa, dormindo. E foda-se o mundo, foda-se a filosofia, foda-se a responsabilidade, foda-se o trabalho ridículo que em nada acrescenta minha vida. Caralho, como é possível que estes filhos das putas não param UM segundo sequer? Como diabos é possível que queiram que eu faça o trabalho AGORA, nestas condições de vida que eu estou? Pra fazer o trabalho, tenho que ler, estudar, tirar dúvidas e o cacete a quatro. Vá à merda! A única coisa que eu quero é me envolver no escuro, e ficar horas a fio no silêncio. O mundo não tem sentido. Antes de escutar música no youtube, vejo uma propaganda. PROPAGANDA, AGORA?! Como diabos isto é possível no meu mundo, que vocês queiram vender, e sempre com a MESMA VOZ, O MESMO ESTILO, O MESMO SORRISO IDIOTA NO FINAL DO VÍDEO, A MESMA PROMESSA, A MESMA FELICIDADE? Parece até que as pessoas são iguais, e nunca se descontrolam por nada. Porra, mundo.
Continuando. Estava dizendo tudo que eu me esforço a ser. Ah, eu me esforço pra ser sincero (dizer as verdades para que em conjunto, possa se resolver um conflito. Falar a verdade é diferente de ser sincero-cuzão, um tipo de gente que fala bosta a torto e a direito pra depois justificar "era só a verdade, ué". Pau no seu cu, arrombado. Você tem noção de que palavras podem machucar?). Talvez agora eu passe a fazer o mesmo, mentindo ou sendo sincero-cuzão. Isto se insere num contexto maior, que é o de importar com o que os outros pensam.
Pausa pra respirar.
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Sim, eu me importo. Queria ser como estas pessoas que só falam merda sem se preocupar com nada. Mas não; eu sou rigoroso com as palavras. Busco a verdade, não me contradizer, agradar gregos e troianos. Além do mais, morro de medo de as pessoas terem raiva de mim. Me culpo por tudo, tudo. Nas amizades, era sempre eu o cara a pedir desculpas, mesmo não tendo feito nada. Obrigado, texto, por me lembrar do passado, onde eu desesperadamente pedia desculpas ao cara que zombava de mim, ao outro que fazia merda e ao outro que era grosso e estúpido comigo. Espero que todos vocês morram enquanto assistem à morte de seus familiares mais queridos.
Por isto me dói dizer as coisas, na maioria das vezes. Porque e se a pessoa ficar brava comigo? E se ela quiser nunca mais falar comigo? Que ódio DE MIM. QUE ÓDIO. Por que eu tenho tanta culpa de existir e viver e respirar e xingar e ter desejos sexuais? Que vontade de xingar todas as pessoas que eu conheço e que são minhas amigas; que vontade eu tenho de (sem argumentos, veja bem), criticar os amigos mais próximos meus. E nem xingar mais eu posso. Dizer filho da puta, bicha, viado, arrombado, cuzão, etc; são palavras que "reforçam uma forma de preconceito ETC". Pra puta que pariu tudo, pra puta que pariu. Eu adoro dizer "nego/negão". Me soa carinhoso, e com estas palavras, me sinto muito mais próximo das pessoas de etnia negra. Mas não posso, e pelos mesmos motivos ditos acima. Me sinto extremamente frio quando digo "era um negro de 1,80m".
Acredita que eu tenho medo de olhar para as pessoas negras mais próximas de onde eu estudo? Tenho este medo porque penso que elas vão olhar pra mim e pensarem que eu estou olhando pra elas com preconceito. Se isto não é nóia, não sei o que é: escolho um lugar pra sentar. Olho para uma mesa, decido não sentar lá (por motivos variados). MAS aí eu vejo que tem uma pessoa negra nesta mesa. Tenho MEDO de NÃO sentar e ela pensar que o motivo disto É ELA. Olha que merda de situação.
Medo de tudo, medo de tudo. Culpa por tudo.
Por que me importo tanto com as pessoas? Porque amo elas, caralho. Porque amo e respeito a existência do ser humano. Porque não gosto que as pessoas sofram. Porque amo a humanidade e desejo a todos que tenham uma vida digna, seja lá o estuprador, o nazista ou o ditador tirânico.
Mas agora as coisas estão do avesso. E quero a morte da humanidade.
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O que fazer com o desejo imenso de mandar tudo tomar no cu mas não ter a coragem de aguentar um mundo contra mim?
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Demônio. Os valores estão invertidos. Quero fazer o errado. Estou explodindo de ódio, coisa que tanto seguro e repreendo. Estou explodindo de ÓDIO, puro ÓDIO, e só ÓDIO.
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E claro, cinismo. Cínico e imbecil, porque na prática eu sou um eterno bundão, que morreria de medo de ser cínico de verdade. Na prática eu nunca xingaria alguém. Eu iria perguntar o que ela sente, daria um abraço, e faria o dia dela um pouco mais leve.
Mas meu Deus do céu, que agonia. Que faço eu do ódio? Eu odeio a incompreensão das pessoas; a falta de reflexão delas sobre a própria vida, a contradição de suas próprias frases, a incompetência delas em ajudar pessoas, a mania de julgar e falar merda; a incapacidade de ouvir; a bosta dos comentários no Facebook; os vídeos estúpidos de gente que não estuda/pensa de forma rigorosa os assuntos que expõem, a estupidez dos amantes da ciência que DESPREZAM COM HORROR E CINISMO QUALQUER OUTRA FORMA DE CRENÇA QUE NÃO POSSA SER ATESTADA E COMPROVADA E VALIDADA PELA CIÊNCIA; RAIVA A ESTES FILHOS DA PUTA QUE ATORMENTAM MINHA VIDA E NÃO ME DEIXAM ACREDITAR NO QUE EU QUISER, ESPÍRITO, ALMA, DEUS, REENCARNAÇÃO, MAGIA; RAIVA AOS RIGOROSOS QUE NEM EU QUE NÃO PERMITEM LER BESTEIRA E ACREDITAR NA BESTEIRA; que fazer com toda raiva? Que fazer com a raiva do cara que me disse "Te convenci de tal coisa? Vai pra casa, pensa direito e repensa direitinho". PAU NO SEU CU, ARROMBADO DO CARALHO, FILHO DA PUTA. Eu tenho o meu direito  de pensar como eu quiser, quando eu quiser, e chegar na conclusão que EU QUISER. Não me convença de nada, e nem me mande repensar nas tuas palavras; que fazer com a raiva, santo Deus? Raiva de você, que se diz experiente, e olha para o meu mundo como se eu fosse o jovem imaturo inexperiente. Sabe porque eu te odeio? PORQUE EU ACHO QUE SOU JOVEM IMATURO E INEXPERIENTE. E ACHO QUE SIM VOCÊ É UMA PESSOA MADURA, VELHA E EXPERIENTE. EU ME COLOCO SEMPRE NA POSIÇÃO DE INFANTILIDADE. Eu sou o imbecil que julga pelas aparências e pelo conhecimento. Eu sou o imbecil pessimista que não deixa as pessoas pensarem o que quiserem. Eu sou o cara que odeia, e é o objeto do próprio ódio. Eu sou o idiota que julga, que não compreende, que se acha mais inteligente que os outros, o idiota que julga as pessoas que acreditam em qualquer coisa, o idiota que é incapaz de ouvir, o idiota que é rigoroso, o idiota que não deixa as pessoas serem como elas são.
Eu odeio a humanidade, eu me odeio. Eu odeio quem eu sou. Eu odeio tudo.
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Isto é o demônio, creio eu. Tudo invertido. Quero agir da forma como eu mais crítico.
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Não sei mais. O demônio é aquilo que eu/sociedade reprime? Então vou dar uma caricatura do demônio:

Ele não aproveita a vida; gasta horas e horas no facebook; ele tá pouco se fodendo pro fato de ser sustentado pela mãe; ele faz sexo com todas as mulheres possíveis e canta todas elas de todas as maneiras possíveis; ele ignora o sentimento das pessoas, julga todas elas e é duro com todas as pessoas que vê; ele reprime a crença de todas as pessoas que creem sem o sustentáculo da ciência; ele assiste à televisão o dia inteiro; bomba em todas as matérias possíveis; o demônio bebe até destruir o fígado; come besteira até acabar com o corpo; ele não se renova, é sempre o mesmo; ele manipula as pessoas; mata elas; estupra todas as mulheres possíveis, estupra crianças; realiza chacinas; envenena o mundo; gaslight every women; come carne; rouba milhões de empresas; pega crianças, trafica seus orgãos e as esconde no mar; goza na cara de mortos; faz as pessoas chorarem porque gosta disso; é burro (propositalmente); não questiona as coisas (propositalmente); quer tudo do jeito dele.
Senhoras e senhores... O demônio somos nós. Todos nós temos o demônio, e em mim, ele não se segura mais. Ou se segura, sei lá.
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Interessante. Tudo que eu odeio há em mim. Eu sou o filho da puta citado acima. E agora? O que fazer com ele?
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Sobre o sexo, eu já tenho ideia. Tô ligado que a visão das pessoas sobre flertar não é algo assim tão duro. Eu é que sou muito crítico. Talvez dar em cima de alguém não seja tão ruim assim.
Sobre a violência no sexo... Bom, eu curto ser sádico. O negócio é achar quem queira e aceite isto, numa boa, sem neura.
Sobre a parte de ser um cuzão que não se importa com os outros, que critica, que é duro, que não permite as pessoas a pensarem como quiserem, que quer doutrinar a todos, eu não sei. Cansei. tchau.