segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Ruim de Escrever Para Si

Eu escrevo tentando não universalizar, porque fico inseguro de achar que o que penso se aplica em todas as vidas do mundo. Sim, sou muito cuidadoso com o que faço. Esta mania (ou valor) de ser exato e claro demanda paciência e estudo, coisas que... ah, tenho preguiça. Então falo de mim, de tudo que foge e não fica preso no coração. Daí eu chuto balde, porque falo o que quero sem o medo de impor aos outros o que é certo ou errado.
... O que é bom (ótimo!) e ruim (uma merda). Bom porque este é meu espacinho aconchegante pra fantasiar e imaginar e supor e explicar e solucionar o que passa pela minha vida. O ruim é estar sempre isolado nesta casinha, o que julgo como solipsista. Sabe, o mundo inteiro o caos, o machismo rolando a solta, a intolerância dos extremistas, as mortes, mortes e mortes. Daí eu fico falando de como olho para as coisas e como sofro com elas (e claro, de como soluciono os problemas que sofro, o que causa alívio e felicidade. Digo isto pra não parecer que eu sou o coitadinho incompreendido). Não parece egoísta demais? Pra mim, me parece.
E por que não opino sobre estas coisas do mundo? É que é como olhar para um mar de verdades, e sempre estar preso no fato de que elas são relativas demais, e ficar ali é ignorar a verdade daqui.
Hoje conversei com minha mãe, e vejo como somos parecidos. Ela me disse que sempre fica nesta "eu entendo você, mas entendo ele, mas me entendo, então, ai meu Deus, quem tá certo", e aí, não age! Eu sou igual. Porra, entendendo todo mundo, tô sempre aberto pra entender o outro. Entendo governo, entendo povo, entendo conservador, entendo revolucionário, entendo todo mundo.
Por isto tenho muito dificuldade em lidar com quem diz que "é assim é pronto" Não necessariamente isto precisa ser levado pro lado do discurso político/religioso. Tô falando do cotidiano. Tenho um amigo que diz de forma muito concisa o que tá certo e o que tá errado. Sinto muito medo perto dele. Sei lá, acho que ele vai berrar comigo, me bater, me xingar. É meio paranoico, até.
(Tenho percebido uma coisa mim: de repente me pego pensando em alguém que vai me matar. Ou então, penso em alguém próximo de mim que de repente vai berrar comigo, reclamando de algo que eu fiz ou deixei de fazer).
Isto é de uma fragilidade emocional enorme, penso eu. Incapacidade de me defender, de afirmar o que quero.
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Não é a primeira vez que questiono a minha dificuldade de dar opiniões, já que creio em todas elas.
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E isto também pode ser bom! Significa que sou muito adaptável. Barganho com qualquer um, porque não necessito de muito. E o que necessito, posso ceder com o outro ou outra.
(Pausa).
Parece que não cobro nada de ninguém. Isto tudo torna as coisas muito simples. Se não cobro muito, aceito demais as coisas. Aí convivo bem com quem está em minha volta.
Se bem que... não sou tão grato assim com as coisas. Tem gente do cotidiano que eu não suporto. Ih, eu me contradisse. Sorry, leitor.
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Quero gente pra compartilhar. Tá chato escrever pra ninguémm

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