terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Estrela

Agora mesmo escrevo texto como forma de divulgar algo tão precioso. Enquanto eu me perguntava sobre ser bem-sucedido, me frustrava a cada resposta, pois todas elas indicavam algum caminho - coisa que rejeito. O porquê já foi dito: o fim às vezes não é tão glorioso quando alcançado, e às vezes, nem sequer atingimos o que queremos, perdendo 10, 20, 30 anos de existência!
Então deveria encontrar aquilo que independe de caminho, independe de livros, independe de qualquer coisa. Esta coisa que procuro é o que está em todo lugar que eu vou; aquilo que agarramos na pior situação; a exata coisa que não nos deixa morrer. Eu queria encontrar justamente isto, porque é nesta coisa que mora a independência total da meu corpo e da minha alma.
Acredito que eu sou o universo e a sociedade. O bem que faço a mim, é o bem que propicio ao mundo. O mal que faço em mim, é o mal que fere a sociedade. Não há como fugir disto; respiramos o mesmo ar, bebemos a mesma água e por mais nos odiemos, estaremos entrelaçados - ainda que com a raiva.
Isto não sugere dependência. Sugere conexão. Mas eu precisava fugir da dependência que cotidianamente encontramos (não me refiro somente aos recursos materiais, tal como salário. Me refiro ao inferno de adotarmos a referência sobre nossas vidas a partir do outro).
Fugindo da independência, eu seria bem sucedido. Não haveria caminho. Não haveria fim. Eu encontraria o que me faz ser até as últimas consequências.
E fiz a seguinte pergunta: o que eu não posso querer, que eu procuro, e que já está?
Depois de um bom tempo buscando a resposta, fechei os olhos. Achei. Não posso querer porque não é questão de desejar; que eu procuro é porque não encontro; já está porque não é necessário construir.
E o que eu achei? Alguma coisa que não é nominável. Achei o que me faz vivo. Achei a continuidade, achei o sopro da vida, a chama que queima dentro de mim. Achei a silenciosa coisa que permanece e que me faz permanecer dentro do universo.
Isto... bastou. Enquanto estiver próximo desta Fonte, nada mais será importante.
Agora posso dizer que sou bem-sucedido.
Depois de ter esta revelação, andei até o laboratório do meu instituto (onde no momento escrevo). No caminho, encontrei pessoas. Senti um certo medo pois tenho consciência de que, perto de pessoas, já não sou mais o mesmo. Além de que nem sempre quero falar oi, sendo este ato de simpatia forçada um tremendo peso pra mim. Entretanto, resolvi firmar meus pés na tal Fonte, e falei oi com muita sinceridade.
A sensação? A sensação de que nada, absolutamente nada, poderia me parar. Eu fiquei forte, muito forte. Forte por dentro, com uma fortaleza dentro de mim.
Agora resta uma questão: por que eu me distancio da Fonte?
Não sei. Quero cultivar minha proximidade com a fonte. Tenho plano, já já, escrevo.

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