Sendo a vida uma corrente de ar, é estranho pensar que em relação ao
outro, sou uma parte que se encaixa entre este e aquele espaço. De
verdade, nunca serei a chave que abrirá as portas do universo, mas uma
coleção de coisas que passarão, e que se tornaram, tornarão ou
tornariam.
Não, nunca habitarei o sol... Nunca serei o sol. Nunca
serei o amor da vida de alguém, nem o melhor amigo dele, ou qualquer
coisa que ganhe insígnias. Sou aquilo que caiu bem, somente.
Caiu
bem no espaço em que tinha, e fez bem no tempo em que o ar me carregou. E
depois... O ar, assim como trouxe, me levou para longe: evaporou,
flutuou, sumiu.
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