quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Ar

Sendo a vida uma corrente de ar, é estranho pensar que em relação ao outro, sou uma parte que se encaixa entre este e aquele espaço. De verdade, nunca serei a chave que abrirá as portas do universo, mas uma coleção de coisas que passarão, e que se tornaram, tornarão ou tornariam.
Não, nunca habitarei o sol... Nunca serei o sol. Nunca serei o amor da vida de alguém, nem o melhor amigo dele, ou qualquer coisa que ganhe insígnias. Sou aquilo que caiu bem, somente.
Caiu bem no espaço em que tinha, e fez bem no tempo em que o ar me carregou. E depois... O ar, assim como trouxe, me levou para longe: evaporou, flutuou, sumiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário