Dificilmente escrevo algo aqui, porque temo expor opiniões, seja lá por
insegurança, seja lá por medo. De qualquer forma, são genuínas as
palavras que saem, força independente em se mostrar ao mundo. O meu
desejo é simples e reto: silêncio, muito silêncio. Minha mãe vive
cantando "tempo de silêncio e solidão", síntese do desenrolar de vários
fatos.
E o fato principal é que não encontro saída para qualquer
parte, onde a opinião me custa não só palavras, mas um lançar-me a uma esfera
de pensamento que por fim, é apenas mais uma dentro de setores, gamas e
diferenciações próprias da subjetividade de nossos valores. Então, olho
esta infinidade e renuncio, desistente de empunhar certezas. Tudo é por
demais complexo, e alimento a esperança de encontrar razões neste tudo:
em quem morre, em quem mata. É cruel, de fato. Ser compreensivo a todo
momento, pra tudo o que existe, cansa.
Mas o que fazer? Ignorar o
campo da subjetividade e dizer logo o que pensa sem rodeios? Pode ser,
mas não é esta abordagem que quis inicialmente dar ao texto. Quis mesmo
expressar o desejo de silêncio, ultra silêncio, apenas cerrar os olhos e
parar de pensar, pra que o mundo se faça pequeno, e eu deixe a
abrangência. Quando as coisas se tornam demais, é porque estamos cegos
para os detalhes, como o nome do vizinho, a comida que faz mal e a
necessidade de dormir bem.
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