As engrenagens, fulminantes, se acionam através da inspiração. Do vapor
olímpico, roldanas giram, e tilintam no cérebro. É o processo da
criação, maquinaria espetacular capaz de produzir e expelir o intragável
da sociedade. Só assim se faz arte, só assim se faz política, só assim
se faz física. Só assim lapidamos o fermento grosso mental, até que
surja impávida ideia, cujo sopro areja os olhos, ou cega os mesmos.
Castanhos ou irritados: ou se abrem como flor, ou transformam-se em espinhos para-o-outro.
Obviamente, recrudescemos nas antigas opiniões. E por mais belo que
este texto seja, continuamos atolados na velha aparência e nos velhos
argumentos.
Ao menos aqui foi feita minha tentativa de distrair o
touro estúpido e teimoso, afogado no espesso das ideias: este texto é
uma borboleta rosa que paira tranquilamente em sua frente, mostrando a
leveza da dúvida, a única que sobrevive e sobreviverá, durante o tempo
em que houver ar para respirar e perguntar: "Será?".
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