quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Espesso das ideias

As engrenagens, fulminantes, se acionam através da inspiração. Do vapor olímpico, roldanas giram, e tilintam no cérebro. É o processo da criação, maquinaria espetacular capaz de produzir e expelir o intragável da sociedade. Só assim se faz arte, só assim se faz política, só assim se faz física. Só assim lapidamos o fermento grosso mental, até que surja impávida ideia, cujo sopro areja os olhos, ou cega os mesmos.
Castanhos ou irritados: ou se abrem como flor, ou transformam-se em espinhos para-o-outro.
Obviamente, recrudescemos nas antigas opiniões. E por mais belo que este texto seja, continuamos atolados na velha aparência e nos velhos argumentos.
Ao menos aqui foi feita minha tentativa de distrair o touro estúpido e teimoso, afogado no espesso das ideias: este texto é uma borboleta rosa que paira tranquilamente em sua frente, mostrando a leveza da dúvida, a única que sobrevive e sobreviverá, durante o tempo em que houver ar para respirar e perguntar: "Será?".

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