Que os dias sejam claros como a noite, e misteriosos como o sol.
Brilhemos este mês segundo uma tentação pelo obscuro, e apaguemos o
corpo entre outros corpos luminosos. Sejamos a taça para brindar nossos
lados, útero e adolescência, sono e experiência.
Encoste o vidro, e
escute o tilintar: quem brinda é seu semelhante, pessoa comum que
atravessa a rua, senta ao seu lado no ônibus e vota em quem você nunca
votaria.
Olho para o Brasil, agora com calma por perceber que assim são
os ânimos e os opiniões, arcabouços de ideias que naturalmente
digladiam entre si. Toco na ferida, não sou prosaico. Aécio, Marina, ou
Dilma; contra ou a favor da redução da maioridade penal; foto colorida
ou não; chato de esquerda ou chato de direita: todos imensamente
semelhantes, até o último rastro de pessoa humana.
Não vos convoco à
paz, como se bastasse dar os braços e proclamar uma eternidade plena de
compreensão, equilíbrio e amor; muito pelo contrário. Conclamo a
humanidade para pisar na rua e a considerá-la como chão de uma grande
casa, o mundo. Cada banco é um sofá, cada indivíduo, você em outros mil
aspectos.
Claro que brigamos. Claro que nos odiamos. Claro que
matamos. Claro que postamos em tom de ironia e acidez para provocar o
outro. Mas tudo isto tão estúpido e sério que só me dei conta agora.
Somos semelhantes, semelhantes que se odeiam, que se amam, que se unem e
dão unfollow.
Quem por acaso entender, que ótimo: dê um presente
para seu vizinho, e relembre daquela palavra recôndita, recôndita...
Cidadania.
Que pensas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário