quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Cidadania

Que os dias sejam claros como a noite, e misteriosos como o sol. Brilhemos este mês segundo uma tentação pelo obscuro, e apaguemos o corpo entre outros corpos luminosos. Sejamos a taça para brindar nossos lados, útero e adolescência, sono e experiência.
Encoste o vidro, e escute o tilintar: quem brinda é seu semelhante, pessoa comum que atravessa a rua, senta ao seu lado no ônibus e vota em quem você nunca votaria.
Olho para o Brasil, agora com calma por perceber que assim são os ânimos e os opiniões, arcabouços de ideias que naturalmente digladiam entre si. Toco na ferida, não sou prosaico. Aécio, Marina, ou Dilma; contra ou a favor da redução da maioridade penal; foto colorida ou não; chato de esquerda ou chato de direita: todos imensamente semelhantes, até o último rastro de pessoa humana.
Não vos convoco à paz, como se bastasse dar os braços e proclamar uma eternidade plena de compreensão, equilíbrio e amor; muito pelo contrário. Conclamo a humanidade para pisar na rua e a considerá-la como chão de uma grande casa, o mundo. Cada banco é um sofá, cada indivíduo, você em outros mil aspectos.
Claro que brigamos. Claro que nos odiamos. Claro que matamos. Claro que postamos em tom de ironia e acidez para provocar o outro. Mas tudo isto tão estúpido e sério que só me dei conta agora. Somos semelhantes, semelhantes que se odeiam, que se amam, que se unem e dão unfollow.
Quem por acaso entender, que ótimo: dê um presente para seu vizinho, e relembre daquela palavra recôndita, recôndita... Cidadania.
Que pensas?

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