sábado, 14 de fevereiro de 2015

Artrópodes Existenciais

Dentro de casa
acenderam-se os lampiões
de tal forma que meu lânguido rosto
pálido, morto
também acendeu-se
[meu corpo é uma imensa cadeia fosfórica].

Não pude deixar de gritar, desvairado
os sabores atômicos dos confótons e feixelétrons
também não pude deixar de dançar, contaminado
com os novos horizontes, tão verticalizados
[O Sol brotou em mim, e eu a segui-lo]

Mas tão logo brilhante o lume de casa
infestou-se de insetos
e estes malditos mosquitos, agora digladiam contra mim
e se amontoam, viciados pela lâmpada
[lamparina, lampião, lustre, lanterna]

Eu os odeio, eu os espanto
mas elem voltam, renascem, quadruplicam-se
e por mais que eu, facínora de duas mãos
brutalmente solfeje o tapa preciso
o zunido da consciência continua a me atormentar
[noites mal dormidas].

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