A cama está um pouco suada
Porque descobri que existo.
Sem pânico: tudo existe
E se penso que existe, existe
Talvez não em plano concreto
Mas há de se admitir:
Como pensar o impensável?
Ora, o que se pensa
já é!
Mas e quando a vida se passa em branco?
Ela nunca foi?
Agora que pensei sobre’la
Que faço eu da informação?
“Mundo, mundo vasto mundo?”
Não, não
Mundo, mundo encolhido mundo
Mais tribal é meu coração
Se meu nome fosse Maria
Seria átomo de um formigueiro de planetas
Que giram absolutamente
Absolutamente me tranco:
que é essa porcaria de mundo?
Maldito dedo de Deus
quanto mais me aproximo...
Quanto mais tangente…
Distanciamento.
Dedo de Deus, que carrega o universo na unha
Me fala, quanto do universo sou?
Quanto o universo é de mim?
Basta aprofundar-me a fundo
Mais o fundo se basta de mim
Somos incrivelmente pequenos
De achar
Que o mim
É que é o tudo
E que de tudo, entendemos tanto:
Tão pouco somos para saber
O que diabos é o tudo
A laranja, para a formiga
O céu para o pássaro
O universo para o homem
Ridiculamente pequenos.
O universo é uma unha encravada
De um Deus stand-uper
Que contou alguma piada
E ainda não entendemos…
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A Criação de Adão, de Michelangelo
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