sábado, 14 de fevereiro de 2015

Medo deles

Não quero póli-amor, nem vastidão intensa que é a vida compartilhada. Toda alegria evaporada não passa de fumaça, onde todos, pela ânsia de se acomodar na temporária efusão de gostos, a condensam no corpo, dançando, não civilizadamente, algum sorriso surpreendentemente expansivo, ultra moderno, bem resolvido.
Sim, eu vejo os olhos dos que fumam a sabedoria dos vinte anos. Eles se enroscam na certeza onipotente, e abrem as flores dos reacionários. Quebram as vidraças, exaltando a beleza dos excluídos. 
Eu plaino sobre o hálito que exalam, junto das palavras mais belas que ouvi. Mas sou pesado, e não encontro onde pousar. Desabo entre a fogueira. 
Refujo-me, vilipendiado. Onde cabe meu erro egoísta? É o erro de ser ouvidos de um grande discurso. Sou ouvidos de uma grande agonia libertadora. 
Eu odeio a magnitude da poesia e o brilho dos poetas. Sou capaz de comer o cal da raiva, engolir cimento até meu estômago arder de incompatibilidade com a igualdade da beleza.
Detesto as grandes figuras. Detesto.
Alguém sabe o nome disso?



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